Uma Nova História, de Angela Sirino

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HISTÓRIA ANGELA SIRINO UMA NOVA

HISTÓRIA UMA NOVA

Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

Romanos 8:28

PREFÁCIO

Quando li Uma nova história pela primeira vez, percebi de imediato que não se tratava apenas de um livro. É um convite divino — que ressoa profundamente no coração de mulheres de fé, líderes visionários e de todos aqueles que ainda sentem o peso de feridas não curadas ecoando em seu presente. Angela Sirino não escreve apenas palavras; ela conduz corações de volta ao lugar onde a cura começa — não negando o passado, mas convidando Deus a redimi-lo.

Como mulher que já atravessou estações de dor e de triunfo, sei o que é estar presa entre a dor do “que foi” e a esperança do “que ainda pode ser”. Sei a força silenciosa que é necessária para liderar, construir, cuidar de outros — enquanto se carregam cicatrizes que ninguém vê. É por isso que a obra de Angela é tão necessária. Sua mensagem não é mais uma cobrança para que “sigamos em frente” ou “consertemos a nós mesmos”. Ao contrário, ela nos lembra, com doçura e coragem, de que curar não é fraqueza. Enfrentar a verdade não é fracasso, pois o Deus que escreve novas histórias realiza Sua obra, mais bonita, quando entregamos a Ele justamente as páginas que gostaríamos de arrancar.

O poder da abordagem de Angela está em unir dois mundos que tantas vezes mantemos separados: a graça transformadora de Deus e a sabedoria de compreender nossa humanidade. Ela nos ajuda a reconhecer que a criança interior e a(o) adolescente ferida(o) dentro de nós não são incômodos a serem calados, mas vozes pedindo reconhecimento e consolo; e nos direciona ao Deus que não apaga a dor, mas a redime. O Deus que sussurra: “Você ainda é minha(meu) amada(o)!”,

mesmo quando a vergonha, os rótulos e os antigos padrões tentam falar mais alto.

Para as mulheres e os homens que têm este livro em mãos, creio que ele irá encontrá-las(los) nesse espaço sagrado do “entre” — onde você continua liderando, construindo, aparecendo para o mundo, mas, lá dentro, anseia por uma plenitude mais profunda, aquela que somente Deus pode conceder. Angela não traz fórmulas prontas nem respostas superficiais. Ela indica um caminho — traçado com coragem, verdade, graça e uma fé que nos convida, enfim, a repousar no amor que cura e restaura.

Minha oração, ao começar esta jornada, é que você se permita desacelerar e deixar que as palavras aqui registradas ministrem à sua alma. Não tenha pressa! Deixe que as reflexões, orações e verdades assentem em seu coração. Permita que o Espírito de Deus revele, console e restaure os lugares que você acredita que estão quebrados demais para serem tocados.

Eis esta verdade: Você não é a sua dor. Você não é o seu passado. Você não é os rótulos que deram a você — nem aqueles que você mesma(o) assumiu. Com Deus, você é um testemunho vivo de que uma nova história é sempre possível.

Hoje, ao virar esta página, eu creio que essa nova história começa a ser escrita.

Com amor e expectativa,

Chantell Cooley

Sacerdote de Mercado, Autora e cofundadora da Columbia Southern University

UMA PALAVRA INICIAL

Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. —Romanos 8:28

Uma nova história é possível, mesmo depois da dor.

Há dias em que a alma quer sumir.

Em outros, ela só quer ser ouvida.

E há aqueles dias silenciosos, em que a gente sente que está respirando, mas não vivendo.

Se você já passou por isso, este livro é um lugar seguro para você.

Não foi escrito para quem tem a vida perfeita.

Foi escrito para quem, mesmo no caos, ainda carrega uma fagulha de esperança.

Essa fagulha que trouxe você até aqui.

Por mais que doa, você ainda acredita — ou quer acreditar — que pode viver uma nova história.

Haverá um bom futuro para você! A Bíblia nos diz que Deus tem o poder de transformar maldição em bênção, de fazer nascer flores onde só havia espinhos. Suas dores, suas lutas, aqueles dias dos quais você nem quer lembrar — tudo isso faz parte do processo da nova história que Ele está construindo em sua vida.

Aqui não tem fórmula mágica, frase feita nem julgamento disfarçado de conselho.

Ao ler esta obra, você vai se sentir acolhida(o).

Como se, finalmente, alguém entendesse o que você sente — mesmo sem você falar nada.

Como se aquela dor que você escondeu com um sorriso estivesse, enfim, sendo ouvida.

Como se a fé cansada, que a(o) sustenta em silêncio, fosse vista com amor e respeito.

A vida real é feita de perdas e de lutos sobre os quais não choramos direito, de relacionamentos mal resolvidos, de traumas que tentamos enterrar como quem planta algo e torce para nunca mais brotar. Mas Deus está construindo algo novo — até mesmo por meio dessas coisas que pareciam apenas destruir.

A vida também é feita de reencontros…

Com você mesma(o).

Com sua essência.

Com Deus. Sim, com a graça de Deus.

Neste livro, a Dra. Angela Sirino aborda com profundidade temas baseados em sua vasta experiência de anos atendendo como terapeuta em consultório. O diferencial dela está em conjugar seus conhecimentos científicos sobre a psique humana com sua sólida base de fé cristã.

Como pastor e amigo da família, posso atestar a competência e o coração genuíno da Angela. Vi de perto como ela combina excelência técnica com sensibilidade espiritual, criando um ambiente terapêutico único onde ciência e fé se complementam de forma extraordinária.

Nessa abordagem integrada, fica mais nítida a certeza sobre resgatar o que parecia perdido. Sobre reconstruir com os cacos o que um

dia foi sonho. Sobre descobrir que todas as coisas — até suas dores — trabalham junto para o seu bem quando você confia no Senhor.

A própria Angela é prova viva disso. Como amigo da família, acompanhei de perto as inúmeras vezes que ela e os seus aprenderam a superar desafios que pareciam intransponíveis. De fato, Deus nos forja em meio à nossa jornada de vida, e ela é testemunha e instrumento dessa transformação.

Sobre ser forte de outro jeito

Forte para pedir ajuda, para se permitir sentir, para confiar de novo.

Você não está sozinha(o)!

E, por mais que pareça impossível…

Existe vida depois do fundo do poço.

Existe amor depois da rejeição.

Existe recomeço, mesmo quando os escombros gritam o contrário.

Deus é especialista em transformar fim em novo começo.

Neste livro, você encontrará histórias que foram ressignificadas em um processo terapêutico profundo — mas, acima de tudo, tocadas pela graça de Deus.

Porque, sem essa graça, não tem cura que se sustente, nem alma que se reorganize.

É ela que nos restaura por inteiro e nos leva à vida plena que fomos criados para viver.

Seja bem-vinda(o) a esta jornada!

É hora de abrir estas páginas…

E deixar que a dor seja ouvida.

A alma, acolhida.

E o futuro, reescrito.

Com lágrimas, fé e coragem.

Porque Uma nova história…

É exatamente o que Deus mais gosta de escrever.

E Ele já começou a escrever a sua!

Com fé e esperança,

Mac Anderson

Pastor sênior da Family Church, escritor e palestrante

SUMÁRIO

Adolescência:

Capítulo 3

Ferida não postada: quando a personagem

NINGUÉM COMEÇA DO ZERO

Você quer viver uma nova história? Então pare de rasurar a antiga. As páginas que você tenta apagar são justamente as que explicam por que você sente o que sente hoje.

Todo mundo quer recomeçar. Uns querem esquecer, outros apagar; outros fazem de conta que o ontem não deixou cicatriz. Mas permita-me contar uma verdade que talvez desconcerte você: ninguém vive uma nova história se não encarar de frente o passado.

E não é por drama, não. É por construção.

Você é constituída(o) de memórias, vínculos, frases que ouviu, silêncios que doeram mais que gritos. Você é um quebra-cabeça de episódios que muitas vezes não entende, mas que moldaram seu olhar sobre Deus, sobre a vida, sobre o amor, sobre o dinheiro, sobre o corpo e sobre você mesma(o).

Tem gente que começa a ler um livro como este esperando uma fórmula de superação, uma lista de passos para vencer a dor. Entretanto, Uma nova história não é um manual. É um espelho. Um espelho que não distorce, que não adula, mas que convida você a enfrentar aquilo que você guardou no porão da alma — porque achou que ignorar era superar.

Só que o que é ignorado não é curado, é represado… e um dia transborda.

A

verdade liberta, mas antes… ela dói

[Vocês] conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. —João 8:32

Porém, ninguém avisa que, antes de libertar, a verdade sangra. Ela escancara o quanto fomos negligenciadas(os), confundidas(os), manipuladas(os), interpretadas(os) de forma equivocada. Ela nos obriga a tirarmos as máscaras — de fortes, de bem-resolvidas(os), de “já superei” — para olharmos para dentro e enxergar que ainda há uma criança ferida gritando por socorro. Uma(um) adolescente rejeitada(o) que até hoje desconfia do amor. Uma(um) adulta(o) que aprendeu a sobreviver, mas não sabe viver.

Essa verdade não é sobre os outros. É sobre você! Sobre o que a sua alma sentiu e não soube nomear. Sobre o que ficou guardado enquanto o mundo aplaudia você por seguir em frente. Mas seguir em frente não é o mesmo que estar curada(o).

A verdade cura, mas somente quando é acolhida.

Sua história começa antes de você ter consciência dela

Sabe aquela parte da sua vida que você acha que “não lembra direito”? Pois é justamente lá que muita coisa foi decidida. Nos primeiros olhares, nas frases que você ouviu sobre quem era, no afeto que recebeu ou deixou de receber.

Seus pais disseram que amavam você? Olharam nos seus olhos? Perguntaram o que você sentia, ou apenas diziam o que você devia sentir? Você teve o direito de errar sem ser humilhada(o)? Foi validada(o) em suas dores? Ou sempre precisou “ser forte” porque, na sua casa, fraquezas não eram permitidas?

A infância não é um passado morto. Ela é uma força viva que atua no presente — calada, escondida, mas real. Enquanto você não visitar

essa criança que você foi, acolher essa história que você viveu, você continuará repetindo ciclos e chamando isso de destino.

Não é destino. É trauma não tratado.

O que você não cura, você repete (fugindo ou projetando)

A maioria das pessoas não percebe que continua encenando as mesmas histórias em novos palcos.

Trocam de relacionamento, mas continuam se sentindo sozinhas.

Mudam de igreja, mas continuam com culpa e medo de errar.

Fazem terapia, mas não conseguem se entregar porque aprenderam desde cedo que confiar é perigoso.

Não adianta mudar de cenário se o script interior continua o mesmo.

Por isso, este livro se propõe a conduzir você em um caminho de reconexão: com você mesma(o), com a sua história e com Deus. Mas um Deus que não quer que você se anule para agradar a Ele, e sim que você se reconheça nele. Que você se reconcilie com a sua verdade, com a sua história e com os traços que a dor deixou em você.

Sabe de uma coisa?

Deus não começa uma nova história na sua vida ignorando o passado. Ele a reescreve a partir da dor — com graça. É possível, mas não é mágico!

Aqui não tem mágica, tem processo. E todo processo exige tempo, coragem e fé. Você precisará visitar memórias difíceis, nomear sentimentos que evitou e talvez perdoar quem nem pediu perdão.

Mas você não estará só.

Este livro é mais do que leitura — é uma companhia, uma ferramenta terapêutica. Um caminho onde a Psicanálise caminha de mãos

dadas com a fé, por meio do Método Ciência e Fé, do Instituto Fazendo a Diferença (Instituto FD). Aqui, o conteúdo encontra a Palavra, a ciência encontra a fé, e você se reencontra consigo mesma(o) diante do Deus que não exige performance, mas verdade.

A nova história que você tanto deseja começa agora, com este ato de bravura: aceitar que o que passou não define quem você é, mas explica quem você se tornou. Somente quando entendemos isso, é que podemos decidir, com maturidade e esperança, quem desejamos ser a partir de agora.

Você está prestes a começar algo novo. Mas, para isso, precisa parar de negar o que já foi.

INFÂNCIA: A SEMENTE DO QUE VOCÊ REPETE

Antes de ser adulta(o), você foi criança. Antes de performar, você sentiu. E o que você sentiu, mesmo que ninguém tenha validado, está aí até hoje — sabotando ou impulsionando sua vida.

Uma semente silenciosa, mas potente

Era apenas uma cena comum no parquinho da escola…

A garotinha correu animada para mostrar seu desenho à professora. Ela sorriu e estendeu o papel com entusiasmo. Mas a professora estava distraída, virou o rosto e não viu, não percebeu. Aquela criança não chorou, não reclamou. Só abaixou o papel, engoliu o silêncio e voltou para o seu lugar.

Anos depois, essa mesma garotinha — agora mulher feita — continua esperando que alguém veja o que ela tem para mostrar. Mas, sempre que sente que não foi notada, vem uma sensação estranha no peito: uma mistura de vergonha com abandono. Ela nem sabe de onde vem isso. Mas está lá.

A infância parece pequena, mas grita no invisível.

Muitos tratam essa fase como se fosse irrelevante na vida adulta. “Já passou”, dizem.

Mas… passou mesmo?

Você já se observou quando é contrariada(o)?

Já sentiu o desconforto de ser ignorada(o)?

Já percebeu como seu corpo reage diante da rejeição ou da vulnerabilidade?

Já notou que, às vezes, a intensidade da sua resposta não tem nada a ver com a situação atual, mas com algo antigo, não resolvido?

A verdade é: a criança que você foi é a base emocional da(o) adulta(o) que você é.

E o que não foi curado… foi replicado.

Talvez em silêncio. Talvez em forma de explosões emocionais. Mas está aí — nos seus relacionamentos, nos seus medos, na sua pressa, nas suas defesas, no seu cansaço sem nome.

O que acontece na infância não fica na infância

A Psicanálise nos ensina que os primeiros anos de vida formam a estrutura emocional com a qual lidamos com o mundo. Aquilo que os olhos infantis viram, o coração sentiu e o cérebro registrou — mesmo sem compreender — continua agindo hoje. Às vezes, sem que você perceba.

Se você só era elogiada(o) quando acertava, talvez hoje seja perfeccionista e viva com medo de errar.

Se era ignorada(o) quando chorava, talvez hoje esconda a dor atrás de um sorriso que já virou armadura.

Se cresceu ouvindo que era “difícil”, “desastrada(o)” ou “complicada(o)”, pode carregar uma sensação de inadequação que acompanha você como uma sombra.

Se nunca teve espaço para ser vulnerável, talvez até hoje acredite que demonstrar emoção é fraqueza — e, por isso, vive forte… e exausta(o).

Você não está louca(o). Nem fraca(o). Você está carregando memórias emocionais não digeridas.

Feridas que ninguém a(o) ensinou a tratar.

Só disseram para “engolir o choro”, “seguir em frente”, “orar que passa”.

Mas não passou.

Ficou entalado.

E o seu corpo emocional — esse que ninguém vê, mas tudo sente — segue tentando dar um jeito de gritar o que foi silenciado.

Sua criança interior não morreu, ela só foi ignorada

Era um sábado qualquer. Ela estava ali, no quarto bagunçado, vestida com uma camiseta velha e a alma inquieta. O dia tinha sido bom — ou pelo menos parecia. Nada de trágico, nada de novo. Mas, de repente, uma avalanche de tristeza tomou conta do peito. Sem explicação.

Foi apenas uma mensagem ignorada. Um olhar que não veio. Um convite que não chegou. E mesmo assim… doeu demais.

É assim que a criança interior se manifesta. Não com birra.

Mas com ausência de paz.

Ela não morreu. Ela só está sentada em um cantinho da alma, esperando ser notada.

Dentro de você, mora essa criança.

Ela carrega os sentimentos que você não pôde expressar. As perguntas que ninguém respondeu. Os medos que você teve que engolir.

E sabe o que essa criança faz quando não é acolhida?

Ela grita — mas de formas camufladas:

Grita quando você tem crises de ansiedade, e não sabe o motivo;

Grita quando você se sabota toda vez que está perto de algo bom;

Grita quando você exige de si mesma(o) uma perfeição que nem Deus cobra;

Grita quando você aceita migalhas emocionais somente para não ser rejeitada(o);

Grita quando sente que precisa se justificar o tempo todo para ser aceita(o).

Essa criança não quer vingança.

Ela não quer drama. Ela quer acolhimento.

Ela quer que você — a(a) adulta(o) de agora — pare de repetir a violência do silêncio.

Ela quer ser ouvida. Vista. Validada. Por você!

A dor que você calou se transformou em comportamento

Você cresceu achando que precisava ser forte o tempo todo.

Talvez tenha ouvido que “homem não chora” ou que “menina boazinha não reclama”.

Talvez tenham ensinado você a servir todo mundo e a esquecer de si — e hoje você se sente culpada(o) apenas por desejar algo seu.

Talvez nem foi com palavras. Às vezes, foi somente com olhares de desaprovação, comparações disfarçadas de conselhos, ou aquele silêncio que gritava: “Não seja um problema!”.

A verdade é que você internalizou padrões. Guardou sentenças.

Viveu experiências que moldaram a forma como você se enxerga — e até como se relaciona com Deus.

A criança que ouviu que “dava trabalho” talvez hoje viva tentando merecer amor.

A que foi negligenciada talvez se relacione com um deus distante e exigente.

A que foi comparada com os irmãos talvez hoje se sinta insuficiente o tempo todo, mesmo dando o seu melhor.

A que ouviu que “era madura para a idade” pode ter crescido cansada de cuidar de todo mundo, sem saber cuidar de si.

Mas e se eu dissesse que é possível interromper esse ciclo?

E se eu lhe contasse que no seu interior existe não somente essa criança ferida, mas também uma(um) adulta(o) capaz de curar?

Uma(um) adulta(o) que pode pegar essa criança no colo — em vez de calá-la.

Você não precisa mais lutar contra você.

A cura começa quando você escolhe parar, ouvir e acolher.

E isso não é fraqueza. Isso é coragem espiritual.

A boa notícia: você não precisa mais se anular para pertencer

Já parou para pensar no preço que pagou — ou ainda paga — só para se encaixar?

Para ser aceita(o), amada(o), escolhida(o)?

Quantas vezes engoliu o choro, escondeu a raiva, silenciou a verdade?

Quantas vezes se anulou apenas para caber no molde de alguém que nem sabia quem você era?

Mas aqui vai uma boa notícia — daquelas que aquecem a alma e libertam o peito:

Infância: a semente do que você repete |

Você não precisa mais se anular para pertencer. A graça de Deus não começa a partir do seu desempenho.

Não é uma recompensa por performance.

É um presente oferecido no exato momento em que você diz, com a alma exposta: “Esse é quem eu sou”.

E esse “quem você é” inclui a criança que você foi.

Aquela que sentia demais, chorava demais, sonhava demais — e foi chamada de fraca por isso.

Mas Deus não o chama para superar seu passado como quem passa uma borracha na dor.

Ele o chama para iluminar o que ainda está escondido.

Não para fingir que não aconteceu. Mas para olhar com coragem o que ainda dói, o que ainda trava você, o que ainda sangra em silêncio…

E, ali mesmo, permitir que o Senhor toque — com amor, não com julgamento.

A nova história que Ele escreve com você não é um faz de conta.

É um resgate.

Um resgate da sua identidade: quem você realmente é, antes das máscaras, das comparações, dos medos.

Um resgate da sua humanidade: seu direito de sentir, de errar, de aprender.

Um resgate da sua sensibilidade: aquilo que o mundo mandou esconder, mas que é exatamente onde reside a sua força.

Para isso, sim, você precisará voltar.

Voltar para dentro.

Voltar para aquele quarto onde a sua alegria foi desacreditada.

Para aquele corredor da escola onde aprendeu a ter vergonha de si.

Para aquela cena que ninguém viu, mas que até hoje visita você de madrugada.

Mas não é para morar lá.

É para buscar a parte de você que ficou esquecida.

A parte que parou de sonhar. Que parou de confiar. Que parou de se amar.

Porque somente quando você se reencontra com ela… é que consegue ser inteiro de novo.

Então, respire fundo.

Você não precisa mais fingir que está tudo bem para ser aceita(o).

Você não precisa mais carregar uma energia forçada só para não ser rejeitada(o).

A verdade liberta.

A graça acolhe.

E o amor de Deus reconstrói.

Tarefas do coração

1. Volte na memória. Tente lembrar-se: Qual frase mais doeu na sua infância?

2. Nomeie o sentimento. O que você sentia com frequência quando criança, mas nunca conseguiu dizer?

3. Responda com amor. Se você encontrasse sua criança hoje, o que ela estaria precisando ouvir de você?

Você não precisa mais fingir que está tudo bem para ser aceita ( o )

Você não precisa mais carregar uma energia forçada só para não ser rejeitada ( o ) .

Você não é o que fizeram com você.

Mas talvez ainda viva como se fosse.

Chegou a hora de romper com a repetição, acolher sua verdade e escrever — com fé e coragem — uma nova história.

Este livro é um chamado para quem se cansou de sobreviver só com remendos na alma. É um convite a revisitar suas raízes emocionais, abraçar as feridas que ainda não cicatrizaram e dar passos rmes rumo ao adulto inteiro que você sempre quis ser.

Com sensibilidade e rmeza, Angela Sirino conduz o leitor por re exões transformadoras, ferramentas terapêuticas, orações sinceras e histórias reais de pessoas que, apesar da dor, decidiram reescrever o próprio destino com a ajuda de Deus.

Uma nova história não é autoajuda, mas autoacolhimento com direção espiritual. Não promete atalhos mágicos, mas oferece caminhos reais para quem deseja viver com mais leveza, verdade e identidade.

Independentemente de como sua história começou, o que realmente importa é como você vai escolher terminá-la.

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