Jordi Gimbernau, Mariana Zanotti, Antonietta Varlese, Alexis Andrades, Rafael Piactelli e Andreza Ranieri
6 Editorial: Sobrevivência, não marketing
8 Iniciativas de ESG da Accor são chave para liderança no setor de Hospitalidade
17 ESG na prática: Empresas do Turismo que investem nos 3 pilares
32 Turismo Rural: Sebrae investe em experiências na Chapada Diamantina (BA)
46 Artigo: Como a COP30 pode mudar os rumos do Turismo para muito melhor
20 A 26 DE OUTUBRO DE 2025 WWW.PANROTAS.COM.BR | R$ 11,00
54 Entrevista ESG: Jaqueline Gil fala das oportunidades de liderança para o Turismo do Brasil
64 Seminário de Turismo
Responsável, evento da CNC em Brasília, prepara setor para a COP30
76 WTTC dá números: qual é o impacto do Turismo global para o meio ambiente?
79 Selo Xis: conheça a certificação ESG que se expande a novos segmentos do Turismo
TP RESIDE NTE
J osé Guillermo Condomí Alcorta
GES TÃO
J osé Guilherme Condomí Alcorta
TECNO LO GI A Ricardo Jun Iti Tsugawa
E DI TORIAL
Artur Luiz Andrade
85 Conquistas e desafios do setor de parques e atrações do Brasil em ESG
89 Visit Florida: novidades e produtos do Estado mais querido pelo brasileiro nos EUA
Parceria Estratégica
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EDITORIAL
SOBREVIVÊNCIA, NÃO MARKETING
Em um mundo onde a crise climática e as desigualdades sociais se aprofundam, a sigla ESG (Ambiental, Social e Governança) tem sido, muitas vezes, tratada como um modismo ou um mero verniz de marketing. Como a Accor mostra em matéria nesta Revista PANROTAS, essa visão precisa ser desmistificada, especialmente no setor de Turismo. O ESG não é um extra; é a base para a sobrevivência e a longevidade de qualquer negócio moderno. Por décadas, o Turismo cresceu em ritmo acelerado, tornando-se um motor econômico global. No entanto, esse crescimento veio com um custo ambiental: o setor foi responsável por cerca de 8% a 10% das emissões globais de gases de efeito estufa antes da pandemia. Como bem apontam os especialistas Jaqueline Gil e Elimar Pinheiro do Nascimento em artigo nesta edição, seguir neste caminho é um modelo insustentável em longo prazo. A mudança de rota é, portanto, obrigatória. Não é apenas uma questão de responsabilidade, mas de inteligência de mercado. O consumidor de hoje está mais consciente e exige transparência. Investidores, por sua vez, priorizam empresas que demonstram resiliência e visão de futuro, e isso significa ter práticas robustas de ESG. Empresas que ignoram essa agenda correm o risco de se tornarem obso-
Rodrigo Vieira Editor
letas, perdendo acesso a capital e a clientes.
O Turismo, por sua natureza, está conectado ao meio ambiente e às comunidades. Se um destino é destruído pela crise climática — seja por secas extremas ou inundações —, ou se a comunidade local não se beneficia e é marginalizada, o negócio simplesmente deixa de existir. A solução não é e nem pode ser parar de crescer, mas sim descarbonizar e crescer simultaneamente, com o Turismo Regenerativo como protagonista.
O Brasil tem uma chance importante neste sentido. Antes da COP30, o mundo já estava olhando para a Amazônia. Com o evento em Belém, o mundo está olhando para a Amazônia e para as nossas propostas. É o momento de o setor de Turismo do Brasil sair do papel de coadjuvante e apresentar soluções concretas, como mecanismos de financiamento inovadores para pequenos e médios players, métricas de rastreabilidade transparentes e um compromisso real com a adaptação climática.
O Turismo pode e deve ser o protagonista na construção de um planeta melhor. Esta edição da Revista PANROTAS é mais um passo para entender essas boas práticas, fazer bons negócios e, acima de tudo, pensar no nosso futuro como seres humanos. O tempo do greenwashing acabou; a era do ESG como imperativo de sobrevivência começou.
rodrigo@panrotas.com.br
DESTINOS
LIDERANÇA ACCOR PASSA PELO SUCESSO EM AÇÕES ESG
Com presença em mais de 110 países, a Accor Hotels já está consolidada como uma das maiores redes hoteleiras do mundo. Em seu portfólio, a empresa ultrapassa 45 marcas, com mais de 5,7 mil hotéis e 850 mil quartos. Sua operação global também inclui mais de dez mil restaurantes e bares e por trás de tudo isso há uma equipe de mais de 360 mil colaboradores, refletindo a ampla atuação do grupo na hospitalidade e no setor de serviços. Este cenário de tamanha relevância no segmento não impede a companhia de atuar na vanguarda do ESG, sendo pioneira em diversas iniciativas. No Brasil, uma delas é a inserção da pegada de carbono de cada um dos itens do cardápio dos hotéis de Belém, uma iniciativa com projeto piloto no Novotel Morumbi, em São Paulo, a ser lançada durante a COP 30 nos hotéis de Belém, oferecendo ao cliente a possibilidade de escolher pratos com o menor impacto ao meio ambiente.
ESTRATÉGIA ESG CONSOLIDADA
A vice-presidente de Comunicação, Sustentabilidade e Relações Institucionais da Accor para as Américas, Antonietta Varlese, conta que a estratégia de sustentabilidade do grupo não é algo recente. Ela faz parte da estratégia da Accor há anos, com adaptações ao longo do tempo, acompanhando as transformações do planeta e da sociedade.
"Trabalhamos com quatro grandes pilares em nossa estratégia ESG: pessoas; estadias, que englobam a experiência do hóspede e a operação dos hotéis; alimentação, que hoje representa cerca de 12% da nossa pegada de carbono global; e a relação com as comunidades", explica.
A executiva conta que a proposta da "Virada Sustentável" também faz parte da estratégia. "Faremos parceria com a Virada Sustentável, que é um grande evento de sustentabilidade com ações em várias cidades do Brasil. Em Belém, haverá uma instalação artística de grande impacto, com uma obra do artista Eduardo Baum, que chama atenção para o lixo plástico nos oceanos”, compartilha.
Antonietta Varlese, Vice-Presidente de Comunicação, Sustentabilidade e Relações Institucionais da Accor para as Américas 1
PEGADA DE CARBONO E GESTÃO HÍDRICA RESPONSABILIDADE SOCIAL
Antonietta conta que, especialmente no Brasil, existe uma vantagem: a matriz energética é mais limpa, por ter sua maioria proveniente de hidrelétricas, o que reduz a pegada de carbono em comparação com outros países. Mesmo assim, a Accor segue investindo em iniciativas para reduzir consumo de água, energia e resíduos. O grupo tem como meta reduzir em 4% a intensidade do consumo de água nos hotéis até o final do ano de 2025. Para isso, as unidades incentivam os hóspedes a reutilizarem toalhas e lençóis, utilizam de estratégias de controle de vazão nas torneiras e chuveiros. Tudo sem impactar a qualidade da estada.
Hoje, mais de 300 refugiados trabalham na Accor em hotéis próprios (ou seja, sem contar as franquias), e muitos conseguiram reconstruir suas vidas a partir dessa oportunidade. Além disso, existem programas com jovens de baixa renda em parceria com ONGs, e casos de colaboradores que começaram em funções iniciais e hoje ocupam cargos de gestão.
RESPEITO À CAUSA ANIMAL PREPARAÇÃO PARA COP30
A rede também desenvolveu políticas de respeito à causa animal, evitando associações a práticas como rodeios ou uso de animais em entretenimento. Essas políticas reforçam o compromisso com o bem-estar animal e com uma atuação ética e responsável, que valoriza a vida em todas as suas formas e inspira práticas mais conscientes em toda a cadeia de hospitalidade
Os hotéis da Accor em Belém, sede da COP30 em 2025, já utilizam energia 100% renovável e chuveiro com vazão regulada. Além disso, os restaurantes dos hotéis contarão com cardápio que indica a pegada de carbono de cada um dos pratos e os chefs dos restaurantes receberam treinamento para valorizar os insumos locais e produzir receitas de baixo carbono.
GASTRONOMIA SUSTENTÁVEL
Em Belém, a Accor realiza treinamentos com chefs locais, valorizando insumos regionais. O uso de IA (em parceria com Fullsoon) permite calcular a pegada de carbono dos pratos e disponibilizar selos nos cardápios para que os consumidores tenham consciência do impacto ambiental.
A Accor possui a Politica da Boa Alimentação estabelece sete compromissos até 2030:
- Oferecer 50% de pratos vegetarianos ou à base de vegetais nos cardápios
- Oferecer receitas de baixo carbono
- Oferecer agricultura orgânica e práticas agroecológicas.
- Favorecer fornecedores locais de alimentos e produtos sazonais
- Proibir espécies de frutos do mar ameaçadas de extinção e promover a pesca responsável
- Agir no bem-estar animal
ENERGIA E RECURSOS
Todas as unidades de Belém utilizam de fontes 100% renovaveis. Parte dos hotéis migrou para o mercado livre de energia, economizando mais de R$ 300 mil em 2024. A redução no consumo de água é alcançada com válvulas dual flux, chuveiros controlados e campanhas de conscientização dos hóspedes, além do uso de sensores de presença e placas solares.
TURISMO CONSCIENTE
Um estudo global da Accor em parceria com Booking e Universidade de Surrey revela que 75% dos turistas priorizam o Turismo sustentável. A sustentabilidade virou critério de escolha para viajantes, e a Accor se posiciona como líder em hospitalidade sustentável, unindo inovação, responsabilidade social e respeito ao meio ambiente. "É importante falar sobre a COP30. Para o evento, tivemos a preocupação de colocar em prática diversas ações, para que delegações, ONGs e ativistas percebam que são hotéis sustentáveis. Desde 2022 reduzimos canudos, plásticos e mais 77 itens. Para a COP tivemos um olhar ainda mais restrito", afirma Antonietta Varlese.
PLANOS DA ACCOR PARA ESG
Curto prazo (2025–2026): Expandir certificações de sustentabilidade rumo à meta de 100% do portfólio PM&E nas Américas até 2026; ampliar formação em sustentabilidade do "School for Change" para gerentes gerais; acelerar adesão a iniciativas de redução de plásticos e desperdício de alimentos
Médio prazo (até 2030): Alcançar o objetivo global de reduzir 46% as emissões dos hotéis até 2030; cumprir os 7 compromissos da Política de Boa Alimentação; reduzir 60% do desperdício de alimentos.
Longo prazo: Avançar na descarbonização (energia renovável, solar, bombas de calor) e na economia circular, em linha com alianças globais (Sustainable Hospitality Alliance; Global Tourism Plastics Initiative; Business Coalition for a Global Plastics Treaty).
DESIGN E PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, UMA QUESTÃO DE NEGÓCIOS
Com o tema "Presente ao futuro: tendências na hospitalidade", a Accor realizou um evento em São Paulo para colaboradores, fornecedores e investidores. Com a COP30 batendo à porta, o tema da sustentabilidade na hospitalidade foi um dos pontos altos da discussão.
O encontro foi realizado em parceria com o CTE - Centro de Tecnologia em Edificações. Lara Teixeira, vice-presidente de Design e Technical Services da Accor, destacou a importância do encontro com os profissionais da indústria.
"Nós projetamos um hotel para durar. O objetivo é ter empreendimentos com vida útil de 30 a 50 anos. Isso significa um grande desafio para as nossas equipes técnicas e para os nossos fornecedores, que precisam ser futuristas", afirma Lara.
Adriana Hansen, do CTE, Lara Teixeira, da Accor, Patricia Yoshiko, do CTE, e Fernando Mariante, da Accor
Adriana Hansen, diretora técnica da unidade de Sustentabilidade do CTE, apresentou a atuação da empresa e os impactos da pauta ambiental na hotelaria. "A sustentabilidade está no centro da nossa jornada ESG, em que apoiamos empresas do setor imobiliário, construtoras, fabricantes de materiais, gestoras de ativos e também segmentos como hotelaria, hospitalidade, saúde e educação."
Segundo Adriana, sustentabilidade deixou de ser discurso e se tornou fator de negócio. "Não podemos romantizar. Sustentabilidade é business. É preciso dar resultado. Estudos mostram que prédios que adotam práticas sustentáveis geram, em média, 12% a mais de receita. Isso porque reduzem custos operacionais com energia, água e resíduos, além de aumentarem a atratividade junto aos clientes."
Ela também alertou para a relevância das emissões do setor. "A hotelaria responde por cerca de 1 bilhão de toneladas de CO2 por ano, o equivalente a 3% das emissões globais. Um terço vem da operação dos hotéis e dois terços de novas construções e reformas”, conta Adriana.
EXEMPLOS PRÁTICOS
Fernando Mariante, Gerente de Propriedade & Manutenção Accor Américas, contou um exemplo prático. "A Accor tem sido pioneira em diversas iniciativas. Já utilizamos aquecimento solar para água em grande parte dos hotéis, e fomos precursores na adoção da descarga com duplo fluxo. Esse pioneirismo se mantém, e para continuar nessa liderança estamos atualizando normas e renovando nossos padrões, trazendo referências de certificações como BREEAM e LEED."
Lara Teixeira, vice-presidente de Design e Technical Services da Accor
O evento aconteceu na sede da Accor em São Paulo-SP
Um exemplo é o Novotel Itu. Mariante compartilha que, desde a fase de projeto, foram muitos desafios por conta da grande área verde, mas conseguiram implementar soluções que tornaram o hotel uma referência em sustentabilidade.
O ar-condicionado é de alta eficiência, com sistemas mistos que permitem maior produtividade energética. A iluminação conta com automação, sensores de presença e controle de qualidade. Além disso, foram instalados carregadores para veículos elétricos, e toda a energia utilizada é proveniente de fontes renováveis.
AÇÕES ESG DA ACCOR PRATICADAS NO BRASIL EM 2025
- Energia e carbono: 50% dos hotéis no Brasil já consomem energia de fonte renovável; a adesão ao Mercado Livre de Energia gerou economia superior a R$ 12 milhões e redução média de 24% na conta de luz, com certificação I-REC.
- Materiais e resíduos: Mais de 84% dos hotéis nas Américas eliminaram plásticos de uso único; 77 itens foram substituídos por alternativas sustentáveis.
- Desperdício de alimentos: Em 2024, 240.748 toneladas foram processadas por biodigestores nas Américas; a meta é reduzir 60% do desperdício até 2030, com pilotos de mensuração e rotulagem de carbono de pratos.
- Certificações de hotéis: 144 hotéis certificados nas Américas.
- Água: 45% dos hotéis adotam reuso de água, economizando aproximadamente 1,5 milhão m³/ano (equivalente a 600 piscinas olímpicas).
- Inventário de emissões: Selo Bronze do Programa Brasileiro GHG Protocol 2025, com inventário auditado por terceira parte independente.
- Bem-estar animal e alimentação plant-based: Políticas construídas com fórum animal e animal equality; 72% dos hotéis oferecem opções à base de plantas.
ESG NA PRÁTICA: EMPRESAS E ASSOCIAÇÕES
ESG é um termo muito usado em vários mercados,, mas as ações ambientais, sociais e de governança estão mesmo sendo colocadas em prática? Algumas das principais empresas do Turismo garantem que sim. E aquelas que seguem essas verticais são cada vez mais valorizadas no mercado, porque clientes e parceiros tendem a escolher marcas que demonstram responsabilidade com o meio ambiente e a sociedade, reconhecendo nelas credibilidade e propósito.
Em um setor no qual a imagem e a reputação são fatores decisivos, adotar práticas sustentáveis e éticas se torna mais do que uma obrigação – é um diferencial competitivo que pode fortalecer a confiança e a fidelidade do público.
Confira, abaixo, as ações de ESG realizadas por empresas e associações do setor:
MERCADO
POR KARINA CEDEÑO
COMPANHIAS AÉREAS NACIONAIS AZUL
A Azul recebeu, em maio deste ano, o Prêmio ESG organizado pela Associação Brasileira de ESG, sendo premiada na categoria Conservação da Biodiversidade, em reconhecimento ao Movimento ARA - Todas as Amazônias sob o Mesmo Céu Azul.
A iniciativa apoia ações da companhia voltadas à promoção da sociobioeconomia na região Norte, com suporte a mais de 70 empreendedores, cooperativas e iniciativas locais.
Também neste ano, a Azul criou uma nova unidade de negócio para apoiar e orientar seus parceiros e clientes corporativos, visando construir junto a eles estratégias para compensação de emissões de carbono adequadas à realidade de cada um. A aérea tem suas metas de redução e neutralidade de emissões de carbono aprovadas pela Science Based Targets Initiative (SBTi), iniciativa do Pacto Global da ONU.
A companhia aérea reconhece a importância dos Combustíveis Sustentáveis de Aviação (SAF) como ferramenta essencial para a descarbonização do setor aéreo e afirma que está fortemente engajada em iniciativas que promovam seu desenvolvimento no Brasil.
A Gol também segue em seu compromisso com o desenvolvimento social e, por meio do Instituto Gol, promove iniciativas com foco na educação. Em 2024, a aérea apoiou 46 instituições com a doação de mais de três mil cotas de passagens. Por fim, a empresa relata que fortaleceu sua área de governança corporativa com o aprimoramento nas práticas de integridade e compliance. Foram feitos investimentos em inovação e intensificados os esforços para mitigar emissões de gases de efeito estufa. Segundo a Gol, a introdução de um novo Sistema de Gestão Ambiental estabeleceu diretrizes claras e ações preventivas alinhadas às especificidades do setor aéreo.
LATAM
A estratégia global de sustentabilidade do Grupo Latam, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), está estruturada em quatro pilares: Valor Compartilhado, Economia Circular, Gestão Ambiental e Mudanças Climáticas.
Dentro do pilar de Valor Compartilhado está o programa Avião Solidário, que coloca à disposição da América do Sul a experiência logística e a conectividade da companhia. Já em Economia circular, há o programa Segundo Voo, uma iniciativa de upcycling que transforma uniformes e outros tipos de tecidos, como capas de poltrona, airbags etc., que já não são utilizados pela Latam, em outros tipos de produtos.
O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) visa garantir o cumprimento da legislação aplicável, prevenir riscos ambientais e orientar os esforços de melhoria contínua para alcançar os objetivos e metas da estratégia de sustentabilidade, evitando ao máximo a utilização de recursos naturais. E no pilar Mudanças Climáticas, a companhia está comprometida a cumprir a meta global de neutralidade em emissões de carbono até 2050.
AIR EUROPA COMPANHIAS AÉREAS INTERNACIONAIS
A Air Europa anunciou, por meio de dados divulgados no final do ano passado, que já reduziu suas emissões de CO2 em mais de 21% desde 2015 e está próxima dos 30% estabelecidos na época como meta para 2030.
O progresso feito na descarbonização foi apoiado por três elementos principais: modernização da frota, uso de combustível de aviação sustentável (SAF) e utilização de soluções tecnológicas avançadas para melhorar a eficiência operacional.
Além disso, a companhia aérea introduziu novidades no serviço de seus menus para a classe Econômica. A companhia renovou a apresentação de sua oferta gastronômica nessa categoria, em busca de mais sustentabilidade, apostando em elementos 100% recicláveis e biodegradáveis.
AIR FRANCE/ KLM
As aéreas têm um roteiro estratégico baseado em quatro diretrizes:
1. Substituição da frota – Com 81% de aeronaves de nova geração até 2030, que emitem até 25% menos CO₂.
2. Uso de combustível de aviação sustentável (SAF) – O objetivo é ter 10% do uso global de combustível de aviação sustentável até 2030, alcançando no mínimo 70% até 2050 para partidas da Europa.
3. Eco-pilotagem e outras medidas operacionais - 5% dos esforços de descarbonização até 2030. Um décimo dessa redução será alcançado com a implementação do Céu Único Europeu. Inclui: Taxiamento com um único motor, planos de voo otimizados, descida contínua, desligamento auxiliar durante o solo.
4. Intermodalidade - Oferecer viagens com pegada de carbono reduzida, combinando viagens de trem para curtas distâncias e voos para longas distâncias. Entre 2005 e 2019, as emissões totais de CO₂ do grupo Air France diminuíram 6% (excluindo medidas de compensação de carbono), apesar de um aumento de 32% no tráfego.
DELTA
A sustentabilidade é um dos pilares centrais que orientam a estratégia de frota da Delta e o objetivo da companhia aérea é alcançar pelo menos 20% de melhoria na eficiência de combustível de toda a frota até 2035, em comparação com o ano-base de 2019, além de atingir uma meta de longo prazo de 40% de melhoria até 2050.
Em 2024, a Delta recebeu 38 novas aeronaves de última geração, incluindo sete Airbus A350. Em média, esses novos aviões oferecem 28% mais eficiência de combustível por assento por milha do que aqueles aposentados desde 2019. Além disso, no ano passado a Delta destinou quase US$ 65 milhões em doações da Delta Air Lines e da Delta Air Lines Foundation, em parceria com organizações locais, nacionais e globais sem fins lucrativos e instituições cívicas. Foram 124 mil horas dedicadas por funcionários da Delta em todo o mundo para retribuir às comunidades onde vivem, trabalham e atuam — participando de atividades como plantio de árvores, programas de mentoria profissional e limpeza de praias, entre outras iniciativas.
LUFTHANSA
O Grupo Lufthansa tem como objetivo reduzir em 50% as emissões até 2030 e pretende chegar a esse resultado por meio das seguintes de ações como:
• Modernização de frota - Com aviões mais modernos, a redução das emissões é, em média de 30%, considerando que a aérea espera receber 240 novas aeronaves, incluindo 100 long-haul;
• Eficiência operacional com uso da inteligencia artificialotimizando rotas, aproximações em pousos, operações em solo;
• SAF: O Grupo Lufthansa é um dos maiores compradores de SAF do mundo e o combustível já é usado hoje nos tanques da aeronaves e não requer adaptação. Além disso, a Lufthansa tem diversas ações no âmbito das viagens corporativas junto a empresas do segmento. Em setembro deste ano, por exemplo, a Copastur, em parceria com a Lufthansa, realizou um encontro que reuniu líderes empresariais, ambientais e especialistas para debater o papel do setor corporativo na agenda ESG, em um momento estratégico de preparação para a COP30.
UNITED
A United Airlines anunciou um investimento na Twelve, uma empresa de combustíveis de baixo carbono que utiliza um processo semelhante à fotossíntese para transformar CO2 e água em combustível sustentável de aviação (SAF) usando energia renovável. Este investimento do Fundo de Voo Sustentável da United Airlines Ventures segue a rodada de financiamento Série C de US$ 83 milhões da Twelve e o financiamento do projeto para sua primeira unidade de produção de SAF, a AirPlant One, localizada em Moses Lake, Washington. A previsão é de que a unidade inicie a produção este ano e que produza 50 mil galões de SAF anualmente. Além disso, a companhia aérea anunciou um investimento na JetZero, startup de aeronaves de asa integrada (BWB). A empresa está desenvolvendo um projeto de aeronave com potencial para proporcionar eficiência no consumo de combustível de aviação . O investimento inclui a possibilidade de encomendar até 100 aeronaves e a opção de mais 100.
COMPANHIAS DE CRUZEIROS
COSTA CRUZEIROS
O objetivo da Costa Cruzeiros é operar uma frota com zero emissões de gases de efeito estufa até 2050, sendo este o principal foco da letra Ambiental do ESG para a armadora.
A empresa também tem uma unidade dedicada ao estudo de soluções como sistemas de baterias de lítio, células de combustível movidas a metanol e combustíveis alternativos de baixo carbono, como o bio-GNL, com o apoio do Departamento de Descarbonização Marítima da Carnival.
A Costa atua ainda na triagem de 100% dos resíduos gerados a bordo e na reciclagem de materiais como plástico, papel, vidro e alumínio. Por fim, a empresa também realiza a doação de alimentos excedentes dos navios para comunidades na Europa e no mundo.
EXPLORA JOURNEYS
O Explora III será o primeiro navio da frota da Explora Journeys movido a Gás Natural Liquefeito (GNL) e segue os esforços da marca para descarbonizar suas operações marítimas e reduzir o impacto ambiental. O navio será lançado em 2026.
A Explora Journeys considera o GNL um combustível que facilita uma transição direta para o bio-GNL e o GNL sintético, que têm o potencial de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em mais de 80%.
Os esforços contínuos da marca para descarbonizar as operações marítimas e minimizar seu impacto na qualidade do ar estão focados no desenvolvimento de tecnologias novas e aprimoradas, projetos de navios, implementação de práticas de eficiência energética e na transição para combustíveis renováveis.
MSC
CRUZEIROS
O Relatório de Sustentabilidade de 2024 da MSC destaca os seguintes pontos: Lançamento do Plano de Transição Energética para as frotas da MSC Cruzeiros e Explora Journeys, com a definição de metas intermediárias de redução de emissões absolutas. Trata-se de um guia publicado para atingir a meta de zero emissões líquidas de GEE nas operações marítimas até 2050; Preveniu a emissão de 50 mil toneladas de CO₂ por meio de ferramentas de otimização aplicadas em toda a frota (OptiCruise e Oceanly Performance), que auxiliam na eficiência operacional em tempo real e no planejamento de itinerários;
Criação de um Comitê Consultivo de Diversidade e Inclusão, reforçando o compromisso com a equidade na força de trabalho, composta por mais de 140 nacionalidades. O relatório também mostra que, em 2024, as frotas da MSC Cruzeiros e da Explora Journeys receberam juntas 4,6 milhões de passageiros e navegaram por 341 itinerários, em 90 países.
O Relatório de Sustentabilidade da Norwegian Cruise Line Holdings referente ao ano de 2024 mostra que:
• A empresa superou a meta de testar biocombustível em 40% de sua frota e atingiu 47% em 2024;
• Já equipa 59% de seus navios com capacidade de energia em terra;
• Desviou 54% do total de resíduos de aterros sanitários;
• 58% dos membros da equipe em terra são mulheres;
• 49% dos cadetes recém-contratados a bordo são mulheres;
• Aproximadamente US$ 1,8 milhão foram doados em dinheiro e doações em espécie para organizações sem fins lucrativos em todo o mundo;
• A Oceania Cruises foi recentemente homenageada com o Prêmio Condé Nast por seus Go Green Tours;
• A NCLH recebeu o Top Gold ESG Leader Award por excelência abrangente em Iniciativas Climáticas, Sociais e Comunitárias por meio do programa Sail & Sustain.
ASSOCIAÇÕES BLTA
No eixo ambiental, a associação estimula práticas regenerativas e de conservação da biodiversidade entre seus membros, promovendo o uso consciente de recursos naturais, a neutralização de emissões de carbono, fomento a agricultura orgânica, reflorestamento e economia circular. No pilar social, a BLTA atua de forma ativa na valorização cultural e no fortalecimento das comunidades locais. Por meio de diversos programas de capacitação realizados pelos associados, a entidade fomenta a inclusão, a diversidade e o desenvolvimento humano no setor.
No aspecto de governança, a BLTA vem construindo um modelo colaborativo e transparente para orientar seus associados. Além dos Encontros ESG da BLTA, que consolidaram diretrizes e metas comuns de sustentabilidade, a associação também atua na elaboração de princípios orientadores trazendo palestras de especialistas, participando de eventos que discutem o Turismo responsável, desenvolvendo cursos em parceria com instituições de ensino, e estimulando o alinhamento de seus membros com padrões internacionais e preparando seus membros para futuras exigências regulatórias e de mercado.
Camilla Barreto, CEO da BLTA 1
BRAZTOA
A Braztoa destaca, entre suas iniciativas mais importantes, o Prêmio Braztoa de Sustentabilidade, que reconhece as boas práticas no setor de Turismo. Neste ano, a cerimônia que revelará os vencedores será realizada em 8 de dezembro, em Belém do Pará, após a COP30.
No ano passado, a Braztoa reafirmou seu compromisso com a sustentabilidade ao compensar 100% das emissões de carbono geradas por suas atividades, afirmando sua posição como uma entidade carbono neutro. Desde 2023, a associação tomou a decisão de neutralizar todas as suas emissões. Essa iniciativa abrange não apenas os eventos promovidos pela entidade, mas também inclui os deslocamentos da equipe, reuniões, consumo de energia e todas as operações cotidianas.
Por fim, a Braztoa, em parceria com a Eccaplan, desenvolveu uma Calculadora de Carbono Neutro para Viagens, uma ferramenta para estimar a pegada de carbono gerada em seus deslocamentos e hospedagens - e se desejar, compensá-la por meio de projetos certificados, sérios e de impacto socioambiental positivo.
Fabiano Camargo e Marina Figueiredo, da Braztoa
DESTINOS
ROTAS ESPECIAIS DA CHAPADA DIAMANTINA
Entre guias, agentes de viagens e turistas há um consenso sobre a Chapada Diamantina: não dá para conhecer tudo o que o destino tem para oferecer em apenas uma visita. Há quem diga que leva uma vida para desbravar todos os atrativos, afinal estamos falando de belezas naturais espalhadas por um território do tamanho da Suíça. Mas não pense que o ecoturismo é o único chamariz do local. O agroturismo tem potencial para atrair quem procura uma viagem que vai além da aventura, conhecendo toda a cadeia de produtos da Chapada. Pensando nessa riqueza que mistura Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga e na qualidade e criatividade dos produtores que ali vivem, o Sebrae lançou em setembro as Rotas Especiais, uma combinação entre
Fazenda Matos, onde é produzido o Agrocafé Igaraçu, em Ibicoara (BA) 1
Turismo rural, gastronomia e experiências autênticas. O trabalho da entidade é capacitar os agricultores da região sobre como receber e atender os turistas e como adaptar as propriedades para se tornarem visitáveis.
O lançamento das Rotas Especiais representa não apenas uma novidade de portfólio para os profissionais de Turismo, mas também um indicativo de para onde caminham as tendências do setor: Turismo de experiência, de conexão local e de valor agregado.
“São propriedades que já recebiam alguns turistas e agora recebem o apoio do Sebrae para ajudar a formatar essas experiências e, consequentemente, fazer com que esse fluxo aumente”, afirma o coordenador de comércio e serviços do Sebrae Bahia, Edicarlos Moreira. "Esse tipo de Turismo proporciona ao visitante uma experiência memorável."
"A chapada sempre teve uma vocação muito forte para produtos de alta qualidade. E o Sebrae viu essa oportunidade de trabalhar a qualificação dessas propriedades e produtos em todas as etapas de produção", acrescenta o diretor Técnico do Sebrae Bahia, Franklin Santos.
1.
AS ROTAS ESPECIAIS DO SEBRAE SÃO ORGANIZADAS POR TEMÁTICAS:
Rota dos Cafés Especiais: Convida os turistas a conhecerem produtores locais e seus cafés especiais, desde sentir o aroma dos grãos, visitar a plantação até a degustação, em fazendas situadas em Mucugê, Ibicoara e Piatã.
2.
3.
Rota das Frutas Vermelhas: Revela o potencial de produção e sabor de frutas vermelhas como morango, amora preta, framboesa e mirtilo nas propriedades rurais de Mucugê e Palmeiras.
Rota Sensorial: Apresenta propriedades rurais em Morro do Chapéu que estimulam todos os sentidos dos visitantes com produções de vinhos, queijos, embutidos, óleos essenciais, produtos da agricultura orgânica e rosas do deserto.
ROTAS ACESSÍVEIS E
COM CONFORTO
Diferentemente de outros famosos destinos de ecoturismo, como Jalapão e Chapada dos Veadeiros, a Chapada Diamantina peca por ainda ter poucas atrações acessíveis para pessoas com mobilidade reduzida. Por isso, as Rotas Especiais prometem ampliar o leque de ofertas para os profissionais do Turismo. “Atendo um público que procura o roteiro de aventura, mas também gosta do conforto. É uma oportunidade de conhecer a Chapada em outro ritmo”, afirma Norbert Leitsch, que atende majoritariamente ao público estrangeiro 60+ na Odara Tours. As Rotas Especiais são organizadas em três temáticas: Cafés Especiais, Frutas Vermelhas e Sensorial.
Luiz Augusto Leão Costa (Shalom Turismo), Maria Conceição dos Anjos (Brisa Sol), Lucianni Lazer (Patmos Turismo), Norberto Leitsch (Odara Tours) e Alessandra Veiga (Azul Viagens)
ROTA DOS CAFÉS ESPECIAIS
O café foi um dos primeiros produtos a se destacar na Chapada, sendo hoje um dos principais e mais premiados do País.
Em famtour feito pelo Sebrae, profissionais de Turismo conheceram a Fazenda Matos, em Ibicoara (BA), onde é produzido o Agrocafé Igaraçu. A visita conduzida pela proprietária Tadeane Matos é rica em detalhes – ela leva o visitante da colheita até a torra dos grãos e ainda degusta um dos melhores cafés do Brasil.
“Nossa missão como produtores de cafés especiais é mostrar ao brasileiro que café não é apenas uma bebida quente para se manter acordado. Merecemos tomar um café de qualidade e precisamos entender que o Brasil é terra do melhor café do mundo”, defende Tadeane.
Foi-se o tempo em que a produção de frutas vermelhas era exclusividade da região Sul do País. Morango, framboesa, amora e mirtilo estão ocupando importante espaço nesse paraíso chamado Chapada Diamantina. A colheita acontece o ano todo graças à amplitude térmica e à luminosidade da região. Hoje, cerca de 20 mil pessoas vivem da produção das frutas vermelhas na região baiana. Ao visitar qualquer um dos sítios, o visitante conhece toda a produção. Enquanto anda pela plantação, é possível provar os morangos mais lindos e suculentos direto do pé. Ao fim da visita, ainda há degustação de geleias e licores.
SÍTIO FRUTAS VERMELHAS
Localização: Povoado de capãozinho Zona rural, Mucugê (BA)
Pessoa de contato: Uvilson e Elieda Tel. (75) 98211-1937
@sitiofrutasvermelhas
SÍTIO DO GALERA
Localização: Fazenda Libâno, Zona Rural, Mucugê (BA)
Pessoa de contato: Júlia Araújo Galera
Tel. (75) 98189.9465
@sitiodogalera
Uvilson Santos Oliveira, proprietário do Sítio Frutas Vermelhas, em Mucugê (BA)
Galera, proprietário
Sítio do Galera,
Mucugê (BA)
ROTA SENSORIAL
A Rota Sensorial oferece uma maneira particular de viver a Chapada Diamantina. Aqui o visitante encontra um portal para a conexão com sabores, aromas e texturas. Entre os atrativos estão vinícolas, uma produção de defumados artesanais, um meliponário e um rancho onde se cultivam cactos e uma rosa originária da África. Mas a dica é começar essa imersão por uma produção de óleos essenciais.
Gerânio, lavanda, melaleuca, alecrim, jurema branca, arruda da serra e tantas outras espécies são conhecidas pelos visitantes já na entrada da Akã Óleos Essenciais. Localizada em Morro do Chapéu (BA), a empresa cultiva e extrai óleos essenciais de plantas nativas da Chapada com manejo orgânico e sustentável, em parceria com comunidades quilombolas. João Cerqueira foi o idealizador do projeto, que agora conta com as expertises da filha e do genro dele. Os três, junto com o trabalho de assessoria do Sebrae, viabilizaram um projeto que faz da Akã uma das experiências marcantes das Rotas Especiais.
“Adaptamos o espaço para receber visitantes e, assim, criamos um jardim sensorial para que as pessoas pudessem conhecer as plantas sem ter que ir tão longe. Nós queremos levar o bem-estar que essas plantas trazem para cada vez mais pessoas”, conta Cerqueira.
AKÃ ÓLEOS ESSENCIAIS
Fazenda Palmeira, S/N, Povoado de Barra 2, Zona Rural. Morro do Chapéu (BA) Nome da pessoa de Contato: Ricardo Duarte e Laís Cerqueira (74) 99922.6363 www.akaoleosessenciais.com.br | @aka.oleosessenciais
Akã Óleos Essenciais 6
Leo Melo/Divulgação
A CAPITAL DO VINHO NA CHAPADA
O vinho é um mundo à parte nas Rotas Especiais, e é em Morro do Chapéu que estão concentradas as principais vinícolas. Não é por menos que a cidade recebeu o título de Cidade do Vinho na Chapada Diamantina. Em dois dias, a PANROTAS conheceu as vinícolas Vaz, Santa Maria e Reconvexo. Os visitantes fazem um tour pelos parrerais, processo de produção e história de cada vinícola e, ao fim, claro, a degustação dessas joias da Chapada Diamantina. Não à toa o enoturismo se tornou a principal fonte de renda para essas vinícolas.
Vinícola Vaz 7
VINÍCOLA VAZ
Estrada do Morrão, s/n. Alto do Bonito.
Morro do Chapéu (BA)
Nome da pessoa de contato: Jairo Vaz (71) 99718.9890
www.vinicolavaz.com | @vinicolavaz
VINÍCOLA
SANTA MARIA
Fazenda Capãozinho, Vale Ouro,
Morro do Chapéu (BA)
Nome da pessoa de contato: Laura
Garcia e Mayra Garcia
Tel. (74) 99922.2905 @vinicolasatamaria
VINÍCOLA RECONVEXO
Passagem Velha, zona rural, Morro do Chapéu (BA)
Nome da pessoa de Contato: Rafael Bezerra
Tel. (71) 98702.0292
www.vinicolareconvexo.com.br | @vinicolareconvexo
CHARCUTARIA ARTESANAL
Apreciar um bom vinho é só um dos luxos que o visitante pode ter na Chapada Diamantina. Passe na Charcutaria Sabor Latino e se depare com uma das surpresas deliciosas que a Chapada Diamantina guarda para os viajantes.
Benedito Maciel produz embutidos artesanais de carneiro, porco e frango. Aqui o que vale é a técnica, e o tempo é ingrediente -a cura é lenta, levando dias para uma peça ficar pronta.
Os destaques são o guanciale (bochecha de porco curada), a linguiça de cordeiro e o jamón, “o primeiro em larga escala da Bahia”, afirma Maciel.
A dica é levar para casa um embutido de sua preferência e harmonizar com um vinho da Chapada.
CHARCUTARIA SABOR LATINO
Avenida Utinga, km 407 SN.
Morro do Chapéu (BA)
Nome da pessoa de contato: Mauricio Sodré Tel. (74) 99809.4357 @saborlatinodefumados
Benedito Maciel Aguiar e seus filhos na Charcutaria Sabor Latino 9
O FAMOSO CACAU DA BAHIA
Os chocolates da Adamas surpreendem. A dona e criadora da marca, Letícia Oliveira, utiliza o cacau de Ipiaú (BA) para criar chocolates dos mais simples aos mais inusitados -- experimente o de frutas vermelhas e o de grana padano.
O processo, como tudo nas Rotas da Chapada, é artesanal, o chamado "bean to bar" (do grão à barra). Isso garante um chocolate artesanal de alta qualidade.
Letícia controla todas as etapas da produção, desde a compra dos grãos de cacau até a barra final -- aonde sua criatividade vai longe.
FÁBRICA DE CHOCOLATE ADAMAS
Endereço: Rua Direita do Comércio Mucugê (BA)
Nome da pessoa de contato: Letícia Oliveira
Tel. (75) 981859822
@adamaschocolates | adamaschocolates@gmail.com
Adamas Atêlie do Chocolate Letícia Oliveira, da Adamas 10 11
UMA VERDADEIRA EXPERIÊNCIA SENSORIAL NO MELIPONÁRIO
Vivenciar uma experiência única no meio de abelhas nativas sem ferrão é um dos atrativos do Bee Origem Ecoturismo, empreendimento familiar conduzido por Marcos Adriano e seus pais Batista e Maria. O projeto leva o visitante a se encantar com o mundo das abelhas e a conhecer a importância delas para a manutenção da biodiversidade. Autodidata, Adriano se tornou referência no tema e hoje ministra palestras pelo Brasil afora.
No local, o turista pode experimentar a melipoterapia -- uma prática que conecta corpo e mente ao zumbido harmonioso e aroma do mel -- e fazer uma degustação guiada de meles de diferentes espécies, cada um com um sabor peculiar e específico. Ao final, o visitante pode provar pães e outros derivados do mel.
Rua Zona Rural Capãozinho
Estrada para o Guiné – Mucugê (BA)
Nome da pessoa de contato: Marcos Adriano S. Rocha Tel. (75) 983110644
@beeorigem_eco | beeorigem@gmail.com
Um tipo de colmeia da Bee Origem Marcos Adriano, da Bee Origem Marcos Adriano com seu pai, Batista, e a irmã, Andreia
A ROSA DO DESERTO SE ENCONTROU NA CHAPADA
O agrônomo e professor Júlio Villar, junto com sua esposa Damares, dedica-se à criação da Rosa do Deserto (Adenium), uma espécie rara originária da África que se encontrou no solo da Chapada Diamantina. As visitas são diárias, é só chegar e esperar valer todo o trajeto só para ouvir Júlio, professor, agrônomo e excelente contador de história, ainda mais quando o assunto é o seu jardim – nele há mais de 10 mil exemplares dessas rosas e cactos. Aproveite para levar uma muda para casa, a partir de R$ 10.
Julio e suas rosas do deserto Jardim de cactos no Rancho Rosa do Deserto
deserto
GASTRONOMIA RAIZ
Nas Rotas Especiais, a imersão pela região também acontece nas paradas para o almoço. Do fogão a lenha saem godó de banana verde, pirão de maxixe, refogado de palma (cacto típico da região) e galinha caipira. É a chamada cozinha do garimpo, culinária que carrega a história do povo que sobreviveu da extração do diamante naquela região.
Para provar essa experiência, visite o Restaurante Boa Vista, na Comunidade Quilombola Barra II, atrás do terreno da Akã Óleos Essenciais.
Outra opção é terminar o passeio na Bee Origem, com o almoço feito pela Andreia, irmã de Adriano, ali mesmo no meliponário.
TURISMO RURAL E
SUSTENTABILIDADE
O agroturismo das Rotas Especiais da Chapada é sobre agricultura familiar, processos artesanais e respeito à qualidade. Por isso, o uso de defensivos agrícolas é raro nessas produções, a artesanalidade é regra e o desperdício é impensado. Nada se perde e tudo se aproveita.
Mais do que minimizar impactos, a proposta desse roteiro é criar experiências que respeitem a cultura local, mantenham a biodiversidade e garantam benefícios reais para as comunidades que recebem visitantes. Essa conexão reforça a importância da agricultura familiar como guardiã da biodiversidade e como motor da economia regional. Assim, cada experiência vai além do Turismo: é um encontro entre culturas, onde a preservação ambiental, o consumo consciente e a valorização da comunidade caminham juntos.
para saber mais sobre o produto
ARTIGO
DO INFERNO A PARIS, PASSANDO POR BELÉM: COMO
A COP30 PODE MUDAR OS RUMOS DO TURISMO PARA MUITO MELHOR
Jaqueline Gil é doutoranda em Desenvolvimento Sustentável, CDS/UnB, e pesquisa os impactos e as oportunidades das mudanças do clima no Turismo. Conselheira de organizações internacionais e palestrante. jaquegil@ampliamundo.com.br
Dr Elimar Pinheiro do Nascimento é professor no CDS/UnB e na UFAM, consultor e palestrante. elimar.cds@gmail.com
O Turismo entrou na pauta oficial da governança global do clima em 2024. Isso trouxe deveres e oportunidades que ainda estão na esfera superficial do debate e das proposições, inclusive no Brasil. As mudanças climáticas tornaram-se o principal desafio da humanidade neste século, e exigem o retorno das pessoas, da natureza e do desenvolvimento sustentável ao centro da economia. O problema é complexo e as soluções não são simples e nem baratas, muito menos individualizadas. A COP 30 nos oferece a liderança na decisão: qual rumo queremos tomar? Permanecer do lado do problema é seguir em alta velocidade na “Highway to Hell”, e saltar para o lado da solução é intencionalmente conduzir a integração do setor às ações climáticas, mudando o rumo para o “Acordo de Paris”. Alterar a rota, do “Inferno” a “Paris”, é a principal decisão que pode ser tomada em Belém.
Em tributo à grande conservacionista Jane Goodall, iniciamos este debate com um de seus muitos ensinamentos: “O Turismo é
Jaqueline Gil e Elimar Pinheiro do Nascimento, autores do artigo
Porto em Belém, Pará
positivo em muitas vertentes. Ele beneficia o país, porque traz divisas estrangeiras; beneficia os viajantes, pois aprendem com situações reais que talvez não fizessem sentido se ficassem só nas leituras e, então, passam a se importar mais com a natureza e com as pessoas no mundo; e beneficia os animais, porque os locais se preparam para cuidar deles, uma vez que trazem mais turistas e movimentam mais a economia do que se estivessem mortos. Então, quando o Turismo é feito corretamente e com inteligência, é um excelente investimento para o futuro da conservação e da biodiversidade.”
O TURISMO NÃO PODE SEGUIR CRESCENDO COM BASE NO MODELO ATUAL
As projeções para a atividade turística chegam a aproximadamente 4,7 bilhões de deslocamentos internacionais em 2050: um a cada dois habitantes da Terra deverão viajar para fora de seus países. Deve crescer em absolutamente todos os continentes, inclusive na Antártica. Face às 1,4 bilhão de viagens internacionais em 2024, e contra as 25 milhões em 1950, verifica-se um aumento sem respaldo na sustentabilidade, muito menos na agenda climática.
Em 2019, o Turismo emitiu 8,8% do total global dos gases de efeito estufa, ou o que convencionamos chamar apenas de carbono (CO2-e), enquanto contribuiu com US$ 6 trilhões para as economias do mundo. Na década imediatamente anterior à pandemia, entre 2009 e 2019, foi um dos setores que mais cresceu economicamente e, também, nas emissões de carbono: duas vezes mais do que a média da economia mundial. Esses números alarmantes não são projeções, são ciência e estão publicados na Revista Nature Communications (artigo Drivers of Tourism
Dra Jane Goodall ao lado de Jaqueline Gil. Foto foi feita dez dias antes do falecimento da conservacionista, durante a Cúpula de Sustentabilidade da Forbes na Semana do Clima de Nova York 2025
Global Carbon Emissions), a partir do trabalho liderado pela Dra Ya-Yen Sun, e por ela apresentado na COP29, em Baku.
A análise é objetiva: se continuarmos neste ritmo, em 2039, teremos emitido mais de 10,4 Gigatoneladas de CO2-e, uma conta que inviabiliza nossa existência em um mundo regido pelas metas de descarbonização das economias.
Nosso caminho atual está bem pavimentado: seguimos em alta velocidade e com muita emissão de carbono, portanto, aquecendo mais o Planeta a cada dia, em uma estrada rumo ao Inferno, como indica o título do artigo. É essencial mudar esta trajetória.
BRASIL: UM LÍDER EXPERIENTE NAS PROPOSIÇÕES E
NAS NEGOCIAÇÕES CLIMÁTICAS
As COPs - Conferência das Partes da Convenção do Clima - são os principais espaços de negociação global para cumprimento das metas obrigatórias do Acordo de Paris. Nelas, são aprovados, por unanimidade, os caminhos tanto da agenda quanto do investimento nas soluções para a transição da economia para o baixo carbono, nos multisetores e para quase todas as economias do mundo.
A COP30, em Belém, será um novo grande encontro internacional de clima no Brasil, depois da Rio 92, ocasião em que a Convenção do Clima (UNFCCC) foi assinada, no Rio de Janeiro, e da Rio+20 (2012).
O Acordo de Paris, derivado da UNFCCC,
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Jaqueline Gil no Dia Temático do Turismo na COP29, Baku e o professor, consultor e palestrante Elimar Pinheiro do Nascimento
foi assinado na COP15, na capital francesa. Para seus signatários, quase todos os países do mundo, Brasil incluído, é obrigatória a neutralização total das economias até 2050. Até lá, todos os setores e todos os países deverão ser carbono zero.
O governo brasileiro incluiu, em 2024, o Turismo entre os setores obrigatórios em suas metas do Acordo de Paris, ao depositar a segunda Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC). E agora, precisamos fazer duas tarefas de casa, urgentemente:
• Cumprir o plano nacional de adaptação do Turismo às mudanças climáticas, cuja versão final ainda não conhecemos.
• Contribuirmos com as metas obrigatórias de redução e compensação das emissões do setor de transportes - plano de mitigação de transportes, cujo texto final também não conhecemos, ainda.
Ir em direção ao espírito do Acordo de Paris, como o título do artigo sugere, significa rumar à economia descarbonizada.
TURISMO: DE INTENSIVO
EM CARBONO PARA ECONOMIA NEUTRALIZADA. COMO?
O próximo passo é obrigatório no Brasil: o Turismo precisará se adaptar às mudanças do clima, reduzir as vulnerabilidades de comunidades, dos turistas e, também, dos profissionais do setor, proteger a biodiversidade e os biomas, e cuidar da infraestrutura.
Vale lembrar que situações de seca extrema, de incêndio incontrolável, de grande e inesperada enchente ou de deslizamento de
terras atingem a todos, do guia e seu grupo de visitantes aos locais que preparam uma refeição com o pescado do dia.
Também, deverá o Turismo cumprir as metas de redução das emissões e de suas compensações no setor de transportes (serviços e infraestrutura, como portos, aeroportos e rodovias).
Aí surgem muitas perguntas, ainda não discutidas nacionalmente: quanto custa esta conta? Quem vai pagar por ela? Qual a estratégia de atuação, dos setores público e, principalmente, privado? Quais desafios e quais oportunidades vamos atacar inicialmente?
Quais as propostas do Brasil para conduzir esta transição internamente? Qual nosso conjunto de soluções?
E, considerando que o Brasil é presidente e anfitrião da COP30, e que seremos os maestros das discussões, ao lado da ONU Turismo, surgem ainda mais perguntas: qual a proposta do Brasil para o setor de Turismo mundial? Qual percentual dos US$ 300 bilhões anuais aprovados em Baku, para transição climática, ficará com o Turismo? Como esse dinheiro será acessado? Como vamos nos posicionar em Belém, com liderança do setor público, mas com atuação do privado? Qual a expertise do Brasil em grandes negociações climáticas internacionais que estão sendo transferidas para o Turismo? Quem participará das discussões, e para quê? Quais objetivos globais cumpriremos? Quais pontos levantados em Baku vamos aprofundar?
A poucos dias da Conferência, o que se discute sobre as proposições do Brasil para as mais complexas, urgentes e decisivas negociações de mudança de rota do Turismo face às suas metas no âmbito do Acordo de Paris?
O PROBLEMA NÓS JÁ TEMOS. O FOCO AGORA É NAS
SOLUÇÕES
Estamos diante de uma encruzilhada e, nos parece, a decisão não é difícil, considerando o histórico brasileiro de pioneiro, líder e negociador no tema do clima, além das determinações recentes do Presidente da República: temos que assumir nosso papel na transição para uma economia de baixo carbono.
Carol Caminha
Seguir crescendo no modelo intensivo de carbono é inviável em longo prazo. A oportunidade está posta, e é excepcional para o Turismo brasileiro: temos liderança e decisão, histórico e experiência exitosa, ganas de futuro e podemos oferecer soluções. Só precisamos organizar isso corretamente, sobretudo responder à questão “quanto custa essa transição?” e partirmos para a negociação, para o financiamento chegar até nós. Preferimos Paris ao inferno!
CRESCER OU
PODE SEGUIR COMO
OS
PROBLEMAS
DO
CLIMA FORAM
POTENCIALIZADOS PELA AÇÃO ANTROPOGÊNICA, NO MODELO DE ECONOMIA DE MERCADO DOMINANTE NO MUNDO. AS SOLUÇÕES PRECISAM SER CO-CRIADAS, DESENVOLVIDAS E IMPLEMENTADAS PELO COLETIVO, E O FINANCIAMENTO PRECISA SER JUSTO E CHEGAR RÁPIDO. A SOLUÇÃO: QUEM POLUI, PAGA; E QUEM SE ADAPTA E CONSERVA, RECEBE.
Tecnologia e Cenografia
Hotel Oficial
Anfitrião da Gastronomia Happy Hour
ENTREVISTA
JAQUELINE
GIL FALA DAS
OPORTUNIDADES DE LIDERANÇA PARA O TURISMO DO BRASIL
Neste ano, Jaqueline Gil, CEO da Amplia Mundo, ex-diretora de Marketing Internacional da Embratur e doutoranda em Desenvolvimento Sustentável, participou pela segunda vez consecutiva na Semana do Clima de Nova York. Trata-se de um dos principais eventos anuais sobre mudanças climáticas, reunindo líderes empresariais, políticos e especialistas de todo o mundo.
É uma cúpula paralela à Assembleia Geral da ONU, onde são discutidas e lançadas novas ações e compromissos globais para acelerar a transição para uma economia de baixo carbono, servindo como um termômetro importante para as ambições climáticas antes da COP.
À Revista PANROTAS a especialista traz suas percepções sobre o evento e o papel do Turismo e do Brasil neste cenário.
Jaqueline Gil, CEO da Amplia Mundo, ex-diretora de Marketing Internacional da Embratur e doutoranda em Desenvolvimento Sustentável
POR RODRIGO VIEIRA
Revista PANROTAS – Fale sobre os principais destaques de sua participação na Semana do Clima de Nova York.
JAQUELINE GIL – Este ano, foi o maior encontro desde a fundação do evento, em 2009, com aproximadamente 100 mil participantes. Diferentemente da COP, um evento multilateral em que a articulação das negociações e as decisões estão com os governos, a Semana do Clima de Nova York é um encontro da iniciativa privada, do capital. Aprofundam-se discussões em NY, e de lá saem decisões de volumosos fluxos de investimentos nas economias do futuro, que são as de baixo carbono. Cada vez mais o capital se dá conta de que não teremos futuro se não for direcionado recurso em grande monta para a transição rumo à economia de baixo carbono.
PANROTAS – E o que mais foi discutido?
JAQUELINE – Neste ano, discutiram-se, sobretudo, as soluções climáticas já conhecidas pela ciência, por países e por empresas, que precisam ser absorvidas com maior celeridade na economia: transição energética, soluções tecnológicas verdes e financiamentos adequados. Ainda que as decisões em NY sejam individualizadas, ao contrário da COP, onde as definições são por consenso, a impressão é que a direção do capital privado está clara: vai buscar negócios de baixo carbono, seja via menos emissões, seja via sequestro do carbono que já está na atmosfera, enquanto gera cada vez mais lucros em modelos de negócios conhecidos, ou em desenvolvimento.
PANROTAS – E no âmbito do Turismo?
JAQUELINE – A principal discussão foi sobre o fato de haver consciência sobre a necessidade de se colocar o clima no centro
do planejamento dos destinos turísticos, das empresas e de seus serviços. A grande questão, no entanto, é: por que o abismo ainda é tão grande entre saber e fazer?
Entendeu-se, sobretudo nos eventos liderados pela Cornell University, por seus Centros de Hospitality Research e Sustainable Global Enterprise, e pela GBTA (Global Business Travel Association) que a decisão de colocar o clima no centro das políticas públicas e empresariais, não aconteceu por falta de conhecimento e/ou de coragem dos líderes. No entanto, quando essa decisão estiver tomada, o que não pode tardar, as soluções estarão encaminhadas. Daí, é se organizar, precificar o custo e correr atrás dos recursos. Essa discussão deveria ter sido planejada para acontecer durante a COP30, com um conjunto de soluções propostas também pelo Brasil.
PANROTAS – Como foi a participação do Brasil nas discussões de Turismo e Clima em Nova York?
JAQUELINE – Há uma grande ausência brasileira nos debates de Turismo e Clima em NY, assim como foi na COP29. De forma geral, estamos distantes dos debates internacionais sobre os rumos do Turismo e de sua integração ao clima, principalmente sobre metas e ações necessárias para descarbonização e adaptação. Mais uma vez, em NY, provavelmente eu era a única brasileira nas salas de discussões sobre Turismo, em meio a grandes tomadores de decisões globais, do Turismo de lazer e de negócios. Eu adoraria ver esta realidade mudar, porque internacionalizar o Turismo no Brasil também passa por se adequar às temáticas globais, e fazer parte das decisões em meio às grandes oportunidades. Costumo dizer que o Turismo brasileiro é um tomador de tendências internacionais, quando devería-
mos ser ditadores de tendências. A junção do turismo ao clima pode ser essa virada de chave, para o Brasil.
PANROTAS - Quais são as três ações mais urgentes para o setor privado brasileiro se conectar aos investimentos globais de ESG e Clima?
JAQUELINE – Inicialmente é importante esclarecer que a temática do clima é muito mais ampla que ESG. Enquanto ESG é uma política corporativa, necessária e urgente, ela carece de decisões individualizadas. Exceto para empresas de capital aberto com exigências de bolsas, de um ou outro financiamento que a atrelou a sua concessão, ESG é política voluntária e depende do compromisso e do investimento das empresas.
As discussões da Semana do Clima de NY, em 2024, bem como na COP29, em Baku, já indicaram que não se conseguiu avançar em matrizes sistematizadas de ESG e, portanto, se tornou uma ferramenta de retrovisor, quando a colocamos na ótica do clima. Ela não é olhar de futuro, é de passado. Isso não significa que tenha que se deixar de implementar ESG, muito pelo contrário. Temos
que implementar, amplamente e com urgência, com a clareza que é correr atrás do tempo perdido, para as organizações, grandes ou pequenas, que ainda não a tenham implementado ou aprofundado.
O clima, por sua vez, é um dos maiores desafios da humanidade neste século. É uma política pública global, com governança estabelecida (UNFCCC), metas obrigatórias (Acordo de Paris) e financiamento alocado (Fundo Clima, entre outros). É um tema necessariamente do coletivo, porque afeta a cada um de nós, em qualquer país do Planeta, da Antártica ao interior do Brasil ou da China. Os problemas climáticos, seríssimos, foram criados a partir de um emaranhado de modelos de negócios poluentes, por todos os setores e em todos os continentes, em intensidades e tempos distintos. Portanto, as soluções e seus financiamentos precisam vir de processos de co-criação, de colaboração radical, sempre entre a ciência, o público, o privado e a sociedade civil.
Então, as três principais ações para o setor privado brasileiro se conectar com o clima e seus financiamentos são:
1.
Como se diz na aviação, “brace for impact”. Ou seja, é preciso se preparar para os impactos das mudanças do clima. Mais calor, mais eventos climáticos extremos, mais interrupções em operações de serviços por razões conhecidas ou ainda desconhecidas, mais danos às pessoas, à infraestrutura, aos biomas e aos territórios. 2024 foi o ano mais quente já registrado, com um aumento de 1,56ºC em relação às temperaturas pré-revolução industrial. Isso pode parecer inofensivo para quem tem a falsa sensação de estar protegido, mas o prejuízo causado aos negócios globais chegou a US$ 200 bilhões, conforme apresentado por Johan Rockstrom na Cúpula Forbes de Sustentabilidade para Líderes, em NY, para a qual fui convidada neste ano. A Austrália, sozinha, teve um prejuízo de US$ 4,5 bilhões, só em seguros acionados por secas, incêndios ou enchentes de grandes proporções. O Rockstrom é o chefe do pavilhão científico da COP30, ao lado do Carlos Nobre. Depois da fala dele na Forbes, eu fiquei com medo do que eles trarão de “novidades” em Belém (risos).
Voltando ao tema: o primeiro ponto é incorporar a temática climática ao conhecimento dos líderes e das equipes decisoras das empresas e dos destinos turísticos, países, regiões ou territórios, entendendo que ninguém e nenhuma área sai ilesa.
2.
Trabalhar para o Turismo crescer enquanto descarboniza a economia, para ter viabilidade futura. Medir sua contribuição à causa (emissão dos gases de efeito estufa, majoritariamente) e os impactos das consequências ao seu negócio ou destino de atuação. Sabemos que cuidar da causa é sempre prioridade, mas como estamos muito atrasados, é preciso correr com a causa e cuidar das consequências, ao mesmo tempo. Podemos fazer por etapas, começando pelos pontos de concentrações dos problemas. Medir, para eliminar ou reduzir as emissões de gases de efeito estufa, em primeiro lugar. Trocar a matriz energética ou implementar circuitos de economia circular e lixo zero, podem ser o começo, a depender do negócio ou local. Em seguida, promover a resiliência em territórios turísticos, iniciando pelas maiores vulnerabilidades. No Brasil, áreas de grandes riscos climáticos coincidem com consolidados destinos turísticos, principalmente no litoral. No Pantanal, por exemplo, a ciência já sabe que as áreas de maiores riscos climáticos, sobretudo para secas e incêndios, estão na região do Pantanal de Miranda-MS, exatamente onde temos presença sólida de Turismo.
Nesse contexto, uma ação que atende aos dois lados, causas e consequências, é a aceleração da regeneração de ecossistemas. Com biomas fortalecidos, protegemos as pessoas e os territórios dos extremos, cuidamos da água e dos alimentos, e capturamos mais carbono da atmosfera. Parcerias são fundamentais, como é o caso da Nestlé e da Re.Green, que vão regenerar milhões de hectares na região do café e do cacau, no Sul da Bahia. Neste caso, a investidora Nestlé compensa parte de suas emissões de carbono ao mesmo tempo que garante consistência e qualidade nas safras de seus grãos. Em Turismo, as parcerias precisam expandir. Uma grande operadora pode desenhar novos produtos coerentes com a expansão da regeneração de corais no litoral do País; uma empresa de hospitalidade pode recuperar milhares de hectares em terras degradadas, ao construir lodges de natureza em que hóspedes auxiliam na recomposição do bioma, por exemplo, de maneira ativa (plantando árvores, etc.) ou financiado a retomada da fauna e da flora, como parte do negócio. São modelos de negócios que já estão na roda de captação de investimentos em NY, e acontecem, inclusive, no Brasil. Esses, precisam crescer cada vez mais.
3.
Precificar os custos e cobrar dos governos políticas públicas e investimentos na transição do turismo rumo ao baixo carbono, ideal ao carbono neutro. Financiamentos podem ser de fontes variadas nacionais (ex: BNDES/BB) ou estrangeiras (ex: Fundo Amazônia, a expandir para outros biomas, inclusive o oceano), novos mecanismos de blended finance, a fundo perdido ou não. Sempre vale lembrar que clima é tema do coletivo, portanto, facilitar e garantir o acesso a recursos (científicos, tecnológicos e financeiros) tem que ser política pública. A conta do clima é alta, ninguém deve nem consegue pagar sozinho. E se torna cada vez menos competitivo o negócio e o destino turístico que chegar na brutal concorrência do mercado internacional sem a tarefa de casa climática feita, o que significa cada vez mais riscos aos clientes.
PANROTAS – Em seu artigo com o dr. Elimar Pinheiro do Nascimento, vocês perguntam "quanto custa esta transição?" Além dos grandes fundos, quais mecanismos financeiros inovadores o Brasil pode propor na COP30 para que pequenos e médios negócios de Turismo consigam descarbonizar e investir em regeneração?
JAQUELINE – Nossas instituições financeiras e nossos mecanismos de financiamentos já são robustos. O que precisa ser feito, com urgência, é adaptar as exigências e a acessibilidade dos fundos ao perfil do setor de Turismo. Empresas, em sua grande maioria, micro, pequenas e médias, com peculiaridades, quase sempre ficam excluídas dos financiamentos tradicionais.
Em geral, elas têm limitadas garantias materiais, mas têm amplas garantias para aumento de arrecadação de impostos, por exemplo. Uma operadora de receptivo com veículos locados provavelmente não tenha como oferecer garantias para acessar crédito tradicional, mas, certamente, se organizar a operação, vai injetar dinheiro no município e na região, a partir do ISS e de outros impostos gerados. E se o acesso facilitado ao crédito a permitir trocar as matrizes dos motores, de diesel para biocombustível ou elétrico, por exemplo, ganhamos duas vezes: melhora a qualidade do serviço prestado, com frota renovada, e polui muito menos.
A mesma coisa para um parque temático: a garantia que pode oferecer vai além dos materiais e inclui a economia que gera na localidade a partir do fluxo de visitantes atraído. Se o projeto prever implementação carbono neutro, e se for além e o modelo de negócios prever a regeneração de natureza e a captura de carbono, a fonte de financiamento pode
ser conectada ao clima.
Um exemplo recente foi a regulamentação dos serviços de Turismo em propriedades familiares agropecuárias no País, promovida pelo Mtur, a partir da atualização da Lei Geral do Turismo, em 2024. A partir disso, o Banco do Brasil rapidamente adaptou sua linha de microcrédito Pronaf Grupo A, incluindo turismo como setor de serviços para acesso facilitado a povos indígenas e comunidades quilombolas, sobretudo para produção de alimentos a partir de agroflorestas. Outros fundos que já existem e podem se adaptar ao turismo são o Pronaf Bioeconomia, também do Banco do Brasil, e o Fundo Amazônia, formado a partir de doações internacionais, sob gestão do BNDES.
O Brasil já é receptor de fundos estrangeiros para investimentos na transição econômica rumo ao baixo carbono, como é o próprio Fundo Amazônia. Temos recursos disponíveis e mecanismos desenvolvidos. Muitos setores já se beneficiam deles, há décadas. O Plano de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC/MAPA) data de 2010, por exemplo. Só o Banco do Brasil, em 2024, colocou um estoque de crédito de R$ 400 bilhões à disposição do agronegócio, com condicionantes ambientais e seguro garantidor.
E o Turismo, nas condições em que o setor opera, falando em acesso democrático e de larga escala, onde está o crédito e suas condicionantes ambientais e asseguradoras de questões climáticas? O empreendedor que quiser atualizar uma frota de barcos pequenos, para passeios curtos em águas de quaisquer regiões do país, substituindo seus equipamentos que rodam com motores a diesel para o elétrico, onde consegue financiamento? É preciso adaptar fundos o mais rápido possível. Estamos falando de gerar
novos e bons negócios, a favor das pessoas e da natureza, e melhorar a experiência do visitante. Um passeio em barco ou buggy elétrico, além de poluir muito menos, não faz barulho. Imagina um passeio de buggy escutando as ondas do mar? Ou um passeio de barco em igarapé na Amazônia, observando aves? Eu já fiz um passeio em barco elétrico, em Bonito-MS, e é um espetáculo.
PANROTAS – Você defende que "quem polui, paga; e quem conserva, recebe". Na prática, como podemos criar um sistema de métricas e rastreabilidade simples e transparente para o Turismo, que recompense de verdade quem faz o Turismo Regenerativo?
JAQUELINE – Você tocou no ponto central, na questão climática. A regra do poluidor pagador e do conservador credor é da governança global do clima, com seus debates e suas particularidades setoriais e regionais. No caso do Turismo, o regenerativo é uma grande aposta, inclusive minha, como nova fronteira conceitual, econômica, cultural e pragmática da atividade, no campo da conservação ambiental e fortalecimento cultural. Em teoria, o Turismo Regenerativo é o mecanismo para ampliarmos coberturas vegetais, de ecossistemas oceânicos e, também, recuperarmos espaços e edifícios em centros urbanos. Mas é um segmento que ainda está nascendo e carece de mais pesquisa aplicada, sobretudo para indicadores e mensuração de impacto. No Brasil, iniciativas de excelência existem em todas as regiões, porém ainda são isoladas e os empreendedores assumem os custos do pioneirismo. Eu acompanho alguns deles e sinto, na pele, o esforço que é manter-se em pé quando se busca inovar no modelo de negócio. É mais fácil desistir ou en-
trar no modelo massificado, e é por isso que aqueles que resistem, e regeneram espaços, precisam ser apoiados, do ponto de vista técnico e financeiro. Precisamos fazer a roda girar, no contexto coletivo. Assim como a Embrapa revolucionou a agricultura no Brasil nos últimos 50 anos, fazendo o País sair da posição de importador para grande exportador de alimentos, recentemente, ela propôs a nova revolução, colocando o clima no centro de suas pesquisas e soluções, pois sabe que dele depende a produção agroalimentar do futuro.
Nós precisamos que o Turismo também se revolucione: políticas públicas, pesquisas aplicadas, programas e financiamentos acessíveis, com orientações para sempre colocar as pessoas e o turismo de baixo carbono são o caminho. O SEBRAE é um grande polo disseminador de soluções para o setor privado no Brasil, e já está com o turismo regenerativo no radar há algum tempo. No Polo Sebrae de Turismo de Experiências e no Polo Sebrae de Ecoturismo, por exemplo, já se trabalha com isso. Precisamos fazer esse tema ganhar escala, de maneira sistematizada e coerente com nosso setor.
PANROTAS – Já que os planos nacionais de adaptação e mitigação para o Turismo ainda não estão claros, qual é o papel imediato das grandes associações do Turismo brasileiro (Abav, Braztoa, etc.) para criar um consenso estratégico e levar uma proposta forte e unificada para a COP30?
JAQUELINE – Eu tenho conversado com muitas lideranças das associações brasileiras e sinto muita sensibilidade, crescente preocupação e articulação em torno do tema, o que é excelente. Muitas associações, entre elas Braztoa, BLTA, Resorts Brasil, Sindepat, Abeta, Abav e outras, estão muito dedicadas ao tema, e não é de hoje. Elas sempre cooperam com as discussões nacionais e se voluntariam de inúmeras formas para o debate. É natural que o setor privado, que investe hoje para ver os resultados em 5, 10 ou 15 anos, busque pragmatismo, estabilidade e coerência nos rumos do turismo. Por isso, atenção ao clima passou a ser uma condicionante. No contexto da COP30, no entanto, a liderança é do poder público, pois se trata de evento multilateral da governança do clima, no contexto da ONU e de seus países membros. Neste ano, presidido e anfitrionado pelo Brasil, o maior encontro mundial do clima pode nos trazer benefícios adicionais, como as negociações de acesso a fundos climáticos para benefício do Turismo. Sei que boa parte do setor privado está fazendo tudo o que está ao seu alcance, atendendo com prontidão às demandas que chegam. O retorno do Conselho Nacional de Turismo me parece um excelente caminho para aprofundarmos essa parceria público-privada-ciência, sobretudo no tema do clima. A chegada do escritório da ONU Turismo para as Américas, sediado no Brasil, também contribuiu muito.
Vale sempre lembrar que, em 25 anos, teremos todos de estar com nossas economias 100% descarbonizadas, conforme as metas obrigatórias do Acordo de Paris. Não começamos nossa tarefa de casa ainda. Tem que correr, e a COP30 é nossa chance de ouro.
PANROTAS – O que mais pode ser destacado sobre Turismo e clima?
JAQUELINE – Foi o Governo do Azerbaijão, em conjunto com a ONU Turismo, que inaugurou oficialmente a integração da agenda do turismo à climática, no ano passado. Foi na COP de Baku que conhecemos pesquisas científicas, em primeira mão, que confirmaram o turismo como setor intensivo em carbono e carente de colaboração público-privada-ciência. Foi também na COP de Baku que o Governo Brasileiro incluiu expressamente o turismo como setor obrigatório no âmbito de nossos compromissos no Acordo de Paris. Na COP30, precisamos aprofundar como essa colaboração se dará, quais as soluções prioritárias, qual a estratégia e o custo para nossa transição rumo ao baixo carbono, qual a fatia dos fundos do clima vamos acessar, e, principalmente, como. A tarefa não é simples, mas contamos com a história, a experiência e a liderança do Brasil em negociações internacionais de clima. Organizando direitinho, nos próximos dias, ainda pode dar praia boa para nós! Sou otimista.
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EVENTOS
COM APOIO DA CNC, TURISMO SE ARTICULA PARA A COP30
O Turismo brasileiro deu um passo importante para se posicionar nas discussões sobre mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável. O Seminário de Turismo Responsável, promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) em 6 de agosto, em Brasília, teve como principal objetivo sistematizar contribuições que alimentarão a agenda brasileira para a COP30, conferência climática das Nações Unidas que será realizada em Belém, no Pará, de 10 a 21 de novembro de 2025.
A iniciativa, realizada em parceria com o Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) e com curadoria da ONG Instituto Aupaba, reuniu empresários, especialistas e representantes do poder público para discutir métodos e iniciativas que promovam um Turismo mais consciente, sustentável e transformador. O evento, realizado em formato híbrido no auditório da CNC, com transmissão ao vivo pelo YouTube, marca um momento importante para o setor, que busca demonstrar seu potencial como vetor estratégico para alcançar os objetivos globais de sustentabilidade.
POR RODRIGO VIEIRA
O anfitrião do Seminário Turismo Responsável, Alexandre Sampaio, da Cetur-CNC e da FBHA
Paulo
Negreiros/CNC
A CONSTRUÇÃO DE UMA AGENDA NACIONAL
José Roberto Tadros, presidente do sistema CNC Sesc Senac, que participou virtualmente da abertura do evento, enfatizou que o seminário representa uma oportunidade única para formular propostas de políticas públicas que se consolidem em âmbito nacional. "As contribuições de eventos como este serão sistematizadas e encaminhadas à COP30, como parte da construção de uma agenda nacional voltada para o Turismo responsável", declarou Tadros. O presidente da CNC destacou que o encontro demonstra uma transformação do setor em benefício de toda a sociedade, trazen-
do informações, recomendações, experiências políticas e dicas para ajudar as empresas a compreender que a sustentabilidade não é apenas uma necessidade ou obrigação, mas principalmente uma oportunidade de negócio. Segundo Tadros, para que os exemplos positivos ganhem escala e se tornem práticas vigentes, são necessárias três condições fundamentais: políticas públicas de incentivo à sustentabilidade, regulamentação que ofereça segurança jurídica aos empreendimentos e impulso à certificação, para que o público possa reconhecer e escolher empresas ambiental e socialmente responsáveis.
José Roberto Tadros, presidente da CNC, participa virtualmente do Seminário de Turismo Responsável 2
TURISMO COMO POLÍTICA PÚBLICA NACIONAL
Alexandre Sampaio, líder da Cetur-CNC e presidente da FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação), fez um apelo direto para que o Turismo seja integrado às políticas públicas brasileiras. "O Turismo tem que fazer parte indissociável das políticas públicas nesse País", enfatizou durante sua apresentação, destacando que o setor possui natureza intrínseca e abrangência em todo o território nacional. Sampaio ressaltou a expectativa de que a próxima legislatura eleita tenha essa visão cristalizada e totalmente estruturada, envolvendo deputados, senadores, executi-
Alexandre Sampaio, líder do Cetur-CNC, no Seminário de Turismo Responsável, em Brasília
Paulo Negreiros/CNC
vos estaduais e a Presidência da República. "Nós esperamos que a próxima legislatura eleita tenha o Turismo de maneira cristalizada e totalmente estruturada dentro do processo que envolve a eleição de deputados, senadores, mas também de executivos estaduais e do próprio Presidência da República", declarou o executivo.
O presidente da FBHA defendeu que a sustentabilidade deve ser vista como oportunidade de negócio, não apenas como obrigação.
Para isso, segundo Sampaio, são essenciais políticas públicas de incentivo à sustentabilidade, regulamentação que ofereça segurança jurídica aos empreendimentos e impulso à certificação, criando um ciclo virtuoso de demanda por práticas sustentáveis.
5 CASOS PRÁTICOS DE SUSTENTABILIDADE
Fernanda Westin, consultora sênior do Centro Brasil do Clima, trouxe argumentos concretos sobre a importância do Turismo como vetor estratégico para o desenvolvimento econômico, social, ambiental e institucional. A especialista, que possui doutorado em Planejamento Energético pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, apresentou casos práticos de destinos que implementaram com sucesso modelos sustentáveis.
Fernanda Westin, consultora sênior do Centro Brasil do Clima
Paulo Negreiros/CNC
Westin enfatizou que o Turismo sustentável deve contribuir para a preservação ambiental, respeitar as culturas locais e ser inclusivo, ao mesmo tempo que gera emprego e renda, apoiando a economia local. "Deve também pensar na sustentabilidade financeira das atividades turísticas a longo prazo", destacou a consultora, questionando como as comunidades que dependem da atividade turística podem manter suas atividades fora da alta temporada.
BONITO: MODELO
BRASILEIRO DE CONTROLE E CERTIFICAÇÃO
A consultora apresentou Bonito, no Mato Grosso do Sul, como exemplo nacional de Turismo sustentável. O destino brasileiro possui estratégias específicas de controle dos atrativos naturais, com número limitado de visitantes por dia e sistema de agendamento prévio. "Existe um sistema em que as operadoras sabem qual é o fluxo da região e o que fazer", explicou Westin.
Em Bonito, os moradores atuam como guias e condutores de trilhas, há cobrança de taxas ambientais que são reinvestidas na conservação, e o destino se tornou carbono neutro através de
parcerias com empresas aéreas para mitigar emissões dos voos. No entanto, a especialista também apontou desafios, como o impacto de receber mais de 30 mil turistas apenas em julho de 2024. "Como fica o local com esse volume de pessoas? Como fica o trânsito, o saneamento, o abastecimento de água?", questionou.
Bonito (MS) é um exemplo de destino sustentável global
5
Grupo
Rio da Prata
BUTÃO: FELICIDADE
INTERNA BRUTA
COMO
INDICADOR
Como exemplo internacional, Westin apresentou o Butão, país que cobra taxa diária obrigatória de cerca de US$ 100 para estrangeiros, valor que inclui hospedagem, alimentação, guia local e contribuições para educação e saúde pública. "O Turismo no Butão envolve a comunidade local, onde o dinheiro arrecadado vai para a educação, as escolas", destacou. A consultora ressaltou que o país utiliza o conceito de "felicidade interna bruta" como indicador de progresso, medindo através de questionários o bem-estar psicológico da comunidade, saúde, educação, consciência ambiental e qualidade de vida. O modelo butanês demonstra como o Turismo pode ser estruturado para beneficiar diretamente as comunidades locais, criando um ciclo sustentável de desenvolvimento.
DESIGN REGENERATIVO E DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL
Luciana De Lamare, co-fundadora e presidente do Instituto Aupaba, trouxe uma perspectiva inovadora ao defender o uso do design regenerativo como estratégia de desenvolvimento para o Turismo. A especialista, que possui trajetória internacional de mais de 20 anos no setor e é formada em Administração Hoteleira com mestrado em Turismo, alertou para o risco de o design regenerativo se tornar apenas um segmento de mercado. "Começamos a falar de uma forma pouco organizada sobre sustentabilidade e ela se tornou um modelo de diferenciação. Isso foi o ímpar do nosso modelo de negócio porque separou o que era sustentabilidade do que não era", explicou De Lamare, destacando a importância de não repetir os mesmos erros com o conceito de regeneração.
Luciana De Lamare, co-fundadora e presidente do Instituto Aupaba 6
A CONEXÃO
ENTRE TURISMO E TERCEIRO SETOR
A presidente do Instituto Aupaba apresentou um mapeamento das principais áreas de atuação das ONGs nacionais e seus segmentos análogos no Turismo, demonstrando as múltiplas conexões possíveis entre o setor e as organizações da sociedade civil. Entre as conexões destacadas estão assistência social com Turismo social e de base comunitária, cultura com Turismo cultural e gastronômico, meio ambiente com ecoturismo e Turismo rural, e desenvolvimento de direitos com afroturismo e Turismo religioso.
"O setor tem sido muito voltado para um fomento e estruturação de políticas públicas muito voltadas para entidades de classe", observou
De Lamare, defendendo uma visão mais ampla que vá além dos quatro pilares tradicionais: alimentação, transporte, eventos e hospedagem.
PENSAMENTO SISTÊMICO E VISÃO DE FUTURO
A co-fundadora do Aupaba defendeu a necessidade de um olhar sistêmico que integre diferentes secretarias e áreas de atuação. "Não adianta pensar só no Turismo, tem que pensar no Turismo, no ambiente, cultura, educação, bem-estar, saúde", afirmou, propondo uma abordagem integrada para as políticas públicas.
De Lamare também propôs um exercício de reflexão sobre o futuro, questionando como as cidades estarão daqui a 50 anos. "É muito importante que as lideranças hoje, que estão pensando em políticas públicas, consigam imaginar daqui a 50 anos como isso vai ser se a gente tomar essa decisão hoje", destacou, enfatizando a importância de uma agenda propositiva que foque no presente e na contribuição individual através de competências e talentos.
O CONTEXTO DA COP30 EM BELÉM
A realização da COP30 em Belém representa uma oportunidade histórica para o Brasil demonstrar liderança nas discussões sobre mudanças climáticas. A conferência, que acontecerá de 10 a 21 de novembro de 2025, será a primeira COP realizada na Amazônia, região que simboliza a importância da preservação ambiental para o equilíbrio climático global.
O Ministério do Turismo já anunciou que durante a COP30 serão debatidas temáticas sobre redução de emissões de gases de efeito estufa, adaptação às mudanças climáticas e financiamento climático. O evento promete atrair milhares de
participantes internacionais, criando uma oportunidade única para o setor turístico brasileiro demonstrar suas práticas sustentáveis e seu potencial como indutor de desenvolvimento responsável.
Com a aproximação da conferência, pequenas e médias empresas paraenses têm a oportunidade de se preparar adequadamente para o aumento do fluxo de turistas, desenvolvendo práticas sustentáveis que possam servir de modelo para outras regiões do país. A COP30 representa não apenas um evento climático, mas uma plataforma para posicionar o Brasil como referência em Turismo sustentável.
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ELEMENTOS ESSENCIAIS PARA A SUSTENTABILIDADE
O seminário identificou elementos fundamentais para alcançar a sustentabilidade no Turismo brasileiro. Entre eles estão o planejamento estratégico contínuo, que deve contemplar o crescimento econômico aliado à conservação ambiental, e políticas públicas integradas com visão de futuro, que ofereçam segurança jurídica aos empreendimentos sustentáveis. A responsabilidade social emerge como pilar central, envolvendo a geração de emprego e renda para comunidades locais, a valorização da cultura e do patrimônio regional, e a inclusão social através de programas de capacitação profissional. A transparência na gestão do Turismo, com publicação de dados sobre geração de renda e sua distribuição, também foi destacada como essencial para criar confiança e accountability no setor.
A integração entre setores público, privado e sociedade civil aparece como condição fundamental para o sucesso das iniciativas sustentáveis. Esta articulação permite a criação de marcos regulatórios adequados e incentivos que estimulem práticas responsáveis, criando um ambiente favorável para empresas que investem em sustentabilidade.
DESAFIOS E OPORTUNIDADES
O seminário também identificou desafios significativos para a implementação do Turismo responsável no Brasil. A necessidade de educação e capacitação das comunidades locais foi destacada como prioritária, incluindo o ensino de idiomas para melhor atendimento aos turistas internacionais. A comparação feita por Fernanda Westin é ilustrativa: "Quando se vai à Europa, o porteiro, o motorista, todos sabem falar inglês. E no Brasil? Você chega no aeroporto, quer uma informação, quem sabe falar inglês?"
A questão da sazonalidade também representa um desafio importante. Como garantir que as comunidades que dependem da atividade turística possam manter suas atividades e renda durante os períodos de baixa temporada? Esta questão exige soluções criativas e políticas públicas que promovam a diversificação da oferta turística e a criação de produtos que atendam diferentes perfis de demanda ao longo do ano. Por outro lado, as oportunidades são significativas. O Brasil possui um patrimônio natural e cultural único, que pode ser explorado de forma sustentável para gerar desenvolvimento econômico e social. A proximidade da COP30 cria uma janela de oportunidade para posicionar o país como referência mundial em Turismo responsável, atraindo investimentos e parcerias internacionais.
PRÓXIMOS PASSOS ASSISTA AO VÍDEO
As contribuições do seminário estão sendo sistematizadas para compor um documento que representará a visão do setor turístico brasileiro na COP30. Este processo envolve a consolidação das propostas apresentadas, a identificação de prioridades e a elaboração de recomendações concretas para políticas públicas. O documento final deverá abordar temas como marcos regulatórios para o Turismo sustentável, incentivos fiscais para empresas que adotam práticas responsáveis, programas de capacitação para comunidades locais, e mecanismos de financiamento para projetos de Turismo regenerativo.
A expectativa é que as propostas do setor turístico brasileiro sejam apresentadas durante a COP30, demonstrando o compromisso do país com o desenvolvimento sustentável e posicionando o Turismo como setor estratégico para alcançar os objetivos climáticos globais.
O Seminário de Turismo Responsável da CNC marca um momento decisivo para o setor turístico brasileiro. Ao sistematizar propostas que serão levadas à COP30, o evento demonstra a maturidade e o compromisso do setor com a sustentabilidade e o desenvolvimento responsável.
SHERATON SÃO PAULO WTC HOTEL DESTACA A FORÇA DO TURISMO CORPORATIVO E DE EVENTOS
O Turismo corporativo e de eventos mantém-se como um dos pilares fundamentais do setor hoteleiro em São Paulo, e o Sheraton São Paulo WTC Hotel consolidou sua posição como uma das principais referências nesse segmento. Estrategicamente localizado na região da Berrini, um dos maiores polos de negócios da América Latina, o hotel integra um complexo que oferece infraestrutura completa para convenções, feiras, reuniões e eventos de diferentes portes. Em parceria com o WTC Events Center, o empreendimento recebe anualmente mais de 500 eventos, reunindo aproximadamente 55 mil pessoas por ano. O complexo já sediou encontros de grande relevância para o setor de Turismo, incluindo Fórum PANROTAS, LACTE, Mice Meeting, Expo Fórum Visite São Paulo e Certified in Exhibition Mana-
gement, além de rodadas de negócios e feiras internacionais.
A infraestrutura disponível compreende área de eventos superior a 14.000 m², 70 salas modulares, centro de convenções e integração facilitada com os serviços hoteleiros. Essa configuração posiciona o complexo como uma das opções mais completas da capital paulista para operadoras que atendem o segmento MICE e necessitam oferecer soluções integradas aos seus clientes. "O diferencial está na combinação entre estrutura multifuncional para eventos, hospedagem de alto padrão e um atendimento customizado, com foco nas necessidades específicas de cada parceiro do trade", explica Luciana Lentini, Diretora Comercial do WTC Events Center.
Dados da Ubrafe (União Brasileira dos Promotores de Feiras) indicam que o
setor de eventos movimenta cerca de R$ 305 bilhões anuais no Brasil, com São Paulo respondendo por aproximadamente 75% desse montante. Esse cenário reforça a importância estratégica da capital paulista no segmento. Além da infraestrutura física, o hotel mantém relacionamento ativo com o trade turístico através de iniciativas como famtours, programas de capacitação para agentes e operadoras, e desenvolvimento de produtos personalizados. A estratégia visa atender demandas corporativas com agilidade, eficiência e alto nível de serviço, fatores cada vez mais valorizados pelos profissionais do setor. Para conhecer mais sobre as soluções do Sheraton São Paulo WTC Hotel para o segmento MICE e explorar oportunidades de parceria, entre em contato. n
PESQUISAS E ESTATÍSTICAS
DO ECOLÓGICO AO SOCIAL: QUAL A PEGADA DO TURISMO?
É certo que cada vez se fala mais sobre sustentabilidade e práticas ESG nas viagens. Tendências do setor apontam que o turista está buscando viagens mais conscientes, seja reduzindo desperdício, priorizando hospedagens certificadas ou optando por experiências que respeitem comunidades locais. Mas a pergunta que paira no ar é: o setor de viagens e Turismo pode crescer de forma robusta sem ampliar sua pegada ambiental? Uma pesquisa do WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo) aponta que o setor caminha para que a resposta seja sim: a indústria já superou os níveis de contribuição econômica anteriores à pandemia e suas emissões seguem abaixo de 2019, enquanto o impacto social positivo continua em expansão.
"Isto é uma prova clara de que o setor de viagens e Turismo pode crescer enquanto reduz seu impacto ambiental. Mas precisamos seguir acelerando a ação. Devemos redobrar esforços em combustíveis sustentáveis, energias renováveis e infraestrutura de baixo carbono, e, para isso, as parcerias público-privadas eficazes são fundamentais" - Gloria Guevara, diretora-geral interina do WTTC.
Glória Guevara 1
POR LAURA ENCHIOGLO
MAIOR
VALOR
ECONÔMICO, MENORES
EMISSÕES
As emissões mundiais de gases de efeito estufa (GEE) do setor em 2024 caíram 9,3% em relação a 2019 – ano em que o setor atingiu seu pico –e agora representam 7,3% do total global, contra 8,3% em 2019.
Ao mesmo tempo em que o impacto ambiental diminuiu, a contribuição ao PIB cresceu 6% acima do nível pré-pandemia, passando de US$ 10,3 trilhões em 2019 para US$ 10,9 trilhões no ano passado. Essa queda reflete uma redução na intensidade das emissões (emissões por unidade de produção econômica), que caiu 15% desde 2019. O setor, assim, vem gerando cada vez mais valor econômico com menos emissões. Grande parte dessa redução está ligada a ganhos de eficiência, como o aumento de 16,6% na adoção de energia de baixo carbono e a queda de 5,7% no uso de combustíveis fósseis em todo o setor.
IMPACTO SOCIAL DO TURISMO
O ESG vai muito além do sustentável: o Turismo desempenha um papel crucial na inclusão social, oferecendo oportunidades de trabalho especialmente para mulheres e jovens. A pesquisa aponta que o setor é responsável por um em cada dez empregos no mundo e, em 2024, empregou 126 milhões de mulheres globalmente (6,3 milhões a mais do que no ano anterior e 4,3 milhões acima do nível pré-pandemia).
O emprego de jovens cresceu em 2,3 milhões em 2024, superando em 2,4 milhões os níveis de 2019.
A participação dos jovens no emprego direto do setor é superior à média da economia geral: 15,7% contra 13,7%.
SELO XIS: CERTIFICAÇÃO ESG CHEGA A NOVOS SEGMENTOS DO
TURISMO
Nos últimos anos, o Turismo tem passado por uma transformação silenciosa, porém profunda. Se antes bastava acolher bem e preservar o entorno, agora o setor é chamado a assumir um papel ativo na regeneração ambiental e social dos destinos onde atua. Foi nesse contexto que nasceu o SeloXIS, certificação brasileira criada para medir e impulsionar práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) em empreendimentos turísticos. Idealizado em 2018 por Priscila Bentes, CEO do projeto e fundadora do Circuito Elegante, o selo nasceu na hotelaria e, desde então, tem se consolidado como uma ferramenta de gestão para empreendedores que buscam ir além do discurso sustentável. Em 2024, o SeloXIS passou por uma reestruturação e lançou uma nova metodologia, mais robusta e alinhada a padrões internacionais como o SASB (Sustainability Accounting Standards
MERCADO
POR FILIP CALIXTO
O SeloXIS já certificou 20 empreendimentos hoteleiros no Brasil e iniciou a frente de eventos. O Unique Garden (foto) é um deles
Divulgação/Andre Klotz.
Board) e os Indicadores Ethos, além de normas ABNT e ISO.
"Mais do que um selo de aprovação, o SeloXIS é uma ferramenta estratégica. Ele ajuda o hotel, o evento ou qualquer empreendimento turístico a planejar, implementar e monitorar ações concretas de sustentabilidade", explica Priscila.
DE HOTÉIS
A EVENTOS: O PRIMEIRO PASSO DA EXPANSÃO
O primeiro grande passo dessa nova fase é dado em novembro deste ano, em parceria com o Festuris, de Gramado (RS), que se tornou o primeiro evento certificado pelo SeloXIS. A feira, uma das mais tradicionais do setor, serve de laboratório para a aplicação da metodologia em um formato completamente diferente dos meios de hospedagem.
"Eventos são organismos temporários, o que muda completamente a forma de coleta e análise de dados", aponta Aline Schneiders, diretora de certificação ESG do SeloXIS. "Enquanto em um hotel temos medições contínuas, um evento concentra, em poucos dias, o deslocamento e o consumo de milhares de pessoas. Isso torna o mapeamento das emissões e dos fornecedores um desafio ainda maior", complementa.
Priscila Bentes, que também é fundadora do Circuito Elegante, idealizou o Instituto Xis depois de se tornar avó pensar no futuro do Turismo e na relevância da sustentabilidade para ele
Aline Schneiders, diretora de Certificação; Ludmila Vilar, diretora de Comunicação e ESG; e Priscila Bentes, CEO. As três são responsáveis pelo desenvolvimento do Selo e do Instituto Xis
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Segundo Aline, adaptar a metodologia significou repensar indicadores relacionados ao uso de água, energia, resíduos e, principalmente, ao Escopo 3 das emissões - que considera toda a cadeia de stakeholders. "Mapeamos desde o deslocamento dos visitantes até a logística reversa dos materiais utilizados. É um trabalho minucioso, mas essencial para gerar um diagnóstico realista e aplicável".
UM SELO PARA TODO O TURISMO
A expansão não deve parar nos eventos. A meta do Instituto XIS - criado para abrigar o selo e suas iniciativas futuras - é certificar toda a cadeia produtiva do Turismo, incluindo parques, museus, agências de viagens, operadoras, fornecedores e destinos turísticos.
O Selo Xis analisa uma série de critérios para aprovar os hotéis que serão chancelados pela iniciativa. Nessas fotos, o Unique Garden
"Desde o início, nossa visão era abranger todos os elos do Turismo, porque é uma rede interdependente", afirma Priscila. "Quando um hotel ou evento certificado exige critérios mínimos de sustentabilidade de seus fornecedores, cria-se um efeito cascata. As agências e operadoras passam a se adaptar para continuar no mercado". Esse movimento, explica Ludmila Vilar, diretora de comunicação ESG do selo, também tem um papel educativo. "O Turismo sustentável ainda é visto por muitos como uma tendência, mas na verdade é uma urgência. Ao criar parâmetros claros, o SeloXIS ajuda o setor a entender que sustentabilidade é gestão - não apenas marketing", afirma.
A iniciativa parte agora para avaliar e contribuir com outras iniciativas do setor, também a partir do ponto de vista da sustentabilidade. Na foto abaixo, o hotel Vila Kalango
RESULTADOS E IMPACTO MENSURÁVEL
Desde a reestruturação, em 2024, o SeloXIS já certificou 20 empreendimentos hoteleiros no Brasil e iniciou a frente de eventos. Os primeiros resultados, ainda que parciais, mostram um avanço concreto. Entre os hotéis certificados, 70% utilizam energia limpa, 50% eliminaram plásticos de uso único, 90% fazem gestão de resíduos e 60% adotaram práticas de gestão da água. "Esses dados mostram que o setor está disposto a mudar, desde que tenha orientação técnica e critérios mensuráveis", destaca Aline. "A certificação cria um roteiro claro, que transforma boas intenções em planos de ação".
Parte fundamental do processo é o programa Contrapartida XIS, que destina recursos financeiros para projetos socioambientais em destinos turísticos. No caso da hotelaria, R$ 5 de cada diária vendida são revertidos para iniciativas locais, com rastreabilidade garantida via tecnologia blockchain, em parceria com a startup Ekonavi.
Este ano, Ludmila Vilar e Priscila Bentes participaram da Equipotel para estreitar relações com o setor. Elas também colaboram com o desenvolvimento da parceria do instituto com o Festuris, que levará o selo
O BRASIL NO MAPA DO TURISMO REGENERATIVO
A ambição das criadoras do selo é posicionar o Brasil como referência mundial em Turismo de baixo carbono até 2030, alinhando-se às metas dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU, especialmente os de número 1 (erradicação da pobreza), 2 (fome zero), 8 (trabalho decente e crescimento econômico) e 13 (ação contra a mudança climática).
"O Turismo representa cerca de 10% do PIB mundial e 8% do PIB nacional, mas também é responsável por quase 9% das emissões globais de gases de efeito estufa", lembra Priscila. "Por isso, o crescimento do setor precisa vir acompanhado de responsabilidade. O Brasil tem um papel estratégico: nossa natureza é única e nossa cultura é um diferencial competitivo - o desafio é garantir que isso se traduza em desenvolvimento sustentável".
UMA AGENDA DE FUTURO
Com o SeloXIS aplicado a hotéis e eventos, e com novos critérios em desenvolvimento para agências e destinos, o Instituto XIS se consolida como uma das iniciativas mais estruturadas do Turismo sustentável brasileiro.
"Estamos apenas no começo de uma jor-
O Instituto XIS se consolida como uma das iniciativas mais estruturadas do Turismo sustentável brasileiro. Na foto, as belas piscinas do Unique Garden
7 nada que precisa ser coletiva", diz Ludmila. "A sustentabilidade é um processo contínuo de aprendizado, transparência e adaptação. Nosso papel é oferecer uma bússola confiável para que o Turismo brasileiro siga nessa direção". @seloxis | www.seloxis.com.br
PARQUES E ATRAÇÕES
PARQUES E ATRAÇÕES
"O Turismo será sustentável somente se assegurar a proteção dos recursos que o sustentam: o meio ambiente, as comunidades e as culturas locais". Com o objetivo de mensurar o grau de maturidade em práticas ambientais, sociais, culturais e de governança (ESG) dos parques e atrações turísticas do Brasil e de alinhar-se às recomendações da Organização Mundial do Turismo, o Sindepat e o Itaipu Parquetec desenvolveram o estudo Turismo Sustentável – Como os parques e atrações estão incorporando a sustentabilidade. Realizado por meio de questionários, o estudo alcançou 93 respostas de parques e atrações turísticas. Os três tipos de empreendimentos que mais se destacaram foram os parques aquáticos (27,6%), evidenciando a forte atratividade de experiências relacionadas à água; os parques naturais ou urbanos (23,7%), espaços verdes que oferecem atividades recreativas, de esporte, ou outras relacionadas com a conservação daquele espaço; e os parques de diversão e/ou temáticos (21,1%), espaços de lazer que oferecem uma variedade de atrações e atividades recreativas.
Yuri Benites (Itaipu Parquetec), Pablo Morbis (Grupo Cataratas), a presidente executiva Carolina Negri, e Renato Fensterseifer Jr. (Alpen Park)
Além do perfil dos empreendimentos, o estudo também revelou percepções e tendências do setor. O compromisso com a sustentabilidade melhora a reputação institucional e atende às expectativas de um público cada vez mais consciente, uma vez que a sustentabilidade tornou-se um fator de influência no processo de compra para 75% dos consumidores e 80% dos viajantes.
DIMENSÃO AMBIENTAL
Monitorar os aspectos ambientais de um empreendimento turístico é essencial para reduzir impactos negativos sobre o meio ambiente e garantir a longevidade dos atrativos naturais e urbanos.
Em relação à dimensão ambiental, os parques e atrações demonstram nível moderado de maturidade. A maioria reconhece e assume seus impactos ambientais e já adota práticas importantes e consolidadas, como o uso de lâmpadas LED e a instalação de torneiras com temporizador.
O reuso de águas pluviais pode reduzir em até 50% o consumo de água potável em edifícios comerciais e turísticos. Apesar disso, apenas 9,2% dos empreendimentos relataram adotar essa prática como forma de redução do consumo de água.
Ainda é limitada a diversificação das ações sustentáveis, especialmente no que diz respeito ao uso de fontes alternativas de energia, captação de águas pluviais, gestão de frota e priorização de produtos ecológicos.
DIMENSÃO SOCIAL
A sustentabilidade no Turismo vai além da geração de empregos: ela promove inclusão, equidade, justiça e bem-estar para quem vive, trabalha e visita o território. Para 83% dos brasileiros, é essencial que o dinheiro gasto beneficie as comunidades locais e 77% consideram importante respeitar a cultura dos destinos.
No tocante à valorização da diversidade, 62,7% dos empreendimentos afirmaram adotar políticas de inclusão, enquanto 13,3% não têm ações nesse sentido. Já a parceria com negócios locais foi confirmada por 57,3% dos em-
preendimentos, reforçando o papel da atividade turística na geração de renda e valorização da economia local.
Na dimensão social, o relatório consta que há avanços importantes, com destaque para a contratação de pessoas da comunidade local, mas também lacunas significativas nas áreas de capacitação contínua, acessibilidade, ações estruturadas para a comunidade e valorização da diversidade, sendo o nível de maturidade considerado intermediário, pois requer avanços na estruturação de práticas mais amplas.
DIMENSÃO GOVERNANÇA
No Turismo, a governança representa o compromisso com a ética, a transparência e o diálogo. Monitorar essa dimensão é garantir que diversos atores, como a comunidade, os colaboradores, o poder público e os demais parceiros participem ativamente no futuro do empreendimento. O relatório aponta que no que diz respeito à ética e transparência, 68% dos empreendimentos possuem área de compliance ou código de conduta divulgado aos colaboradores. A criação de espaços democráticos para participação local foi promovida por 52% dos empreendimentos no último ano, no entanto, apenas 37,3% afirmam incorporar sugestões dos atores locais.
A dimensão governança revelou maturidade moderada em sustentabilidade, com práticas positivas em ética, cooperação e participação local. Porém, a baixa integração territorial e a limitada transparência indicam a necessidade de consolidar uma governança mais estratégica e colaborativa.
“Os pilares ESG são mandatórios hoje. Não se pode pensar em desenvolvimento de qualquer setor sem olhar para questões ambientais, sociais e de governança”, afirma Morbis. “Como associação,
precisamos conhecer a maturidade dos parques e atrações para adequarmos nossas ações em ESG às reais necessidades. Conseguimos isso com este primeiro estudo”, explica o presidente do Conselho do Sindepat, Pablo Morbis. Confira o relatório do Sindepat em parceria com o Itaipu Parquetec na íntegra clicando aqui.
DESCUBRA O MELHOR DA FLÓRIDA:
GASTRONOMIA, PRAIAS E EXPERIÊNCIAS INESQUECÍVEIS
ALGUNS DOS MELHORES RESTAURANTES DE PEIXES E FRUTOS DO MAR NA FLÓRIDA
Nada muito sofisticado. Esse poderia ser o lema dos clássicos restaurantes de peixes e crustáceos da Flórida. Você conhece bem o tipo de lugar: mesas ao ar livre, bebidas geladas, estilo descolado e, claro, produtos frescos obtidos de pescadores locais, que garantem o gostinho da verdadeira Flórida. Aqui estão alguns favoritos, adorados por moradores e turistas, que merecem a visita em suas viagens.
NORDESTE DA FLÓRIDA
Palms Fish Camp Restaurant, Jacksonville
Ponto de encontro popular em Jacksonville desde 1950, o Palms Fish Camp serve apenas frutos do mar selvagens provenientes de pescadores locais; experimente o peixe do dia, preparado assim que chega do barco. O visual é tão incrível quanto a comida; o grande deck tem vista para o rio Clapboard Creek e para a Timucuan Ecological and Historic Preserve.
Aunt Kate’s, St. Augustine
Como a maioria dos lugares em St. Augustine, o Aunt Kate’s é rico em história. Fundado pela família Usina no início dos anos 1900, o restaurante está situado em um bosque de carvalhos na margem do Tolomato River. O estabelecimento, que ainda pertence à família Usina, é um dos favoritos dos moradores locais por sua atmosfera casual à beira do rio e comida memorável. Cauda de jacaré e tomates verdes fritos com limão? Sim, por favor.
COSTA CENTRO-LESTE DA FLÓRIDA
High Tides at Snack Jack, Flagler Beach Fundado em 1947 de frente para a praia, este lugar era um ponto de encontro popular entre os surfistas.
Não mudou muito: você ainda pode assistir aos surfistas pegando as ondas, saborear uma cerveja gelada do extenso menu de
bebidas do restaurante e se deliciar com os tradicionais frutos do mar. O seu animal de estimação de quatro patas também é bem-vindo!
JB’s Fish Camp, New Smyrna Beach
No JB's Fish Camp, os frutos do mar são tão frescos e locais quanto possível. Caranguejos vivos são preparados na hora, o restaurante mantém seus próprios bancos de ostras e os mariscos são frequentemente colhidos diretamente da lagoa. O deck externo tem vista para as baías e ilhas da Intracoastal Waterway. Chegue ao pôr do sol para tirar fotos dignas do Instagram.
NOROESTE DA FLÓRIDA
Schooners, Panama City Beach
Você pode programar o seu dia inteiro em torno de uma visita ao Schooners. Chegue cedo para relaxar na praia ou jogar vôlei na areia. Depois, quando precisar de uma pausa, vá até o restaurante para tomar coquetéis e saborear delícias de frutos do mar locais, como garoupa do Golfo ou camarão com molho de limão.
Lynn’s Quality Oysters, Eastpoint É o tipo de lugar pelo qual você passaria despercebido, mas que definitivamente você não vai querer perder. Uma das peixarias mais antigas da Flórida (e vencedora de prêmios do TripAdvisor), trata-se de ummercado de frutos do mar frescos, bar de mariscos crus e restaurante, tudo em um único lugar. Experimente ostras, tainhas, caranguejos azuis e lagostas de Apalachicola — tudo direto do Golfo — além de outras opções clássicas de frutos do mar.
COSTA OESTE DA FLÓRIDA
Dixie Fish Company, Fort Myers Beach Fundado em 1937 como um mercado de peixes frescos, o Dixie Fish Company é
considerado um dos melhores restaurantes à beira-mar de Fort Myers. O local manteve a construção original e tem um deck ao ar livre com vista para Matanzas Pass Preserve, para que os clientes aproveitem a água e a vida selvagem, saboreando o camarão fresco do Golfo. A música acústica ao vivo quase todas as noites contribui para o clima descontraído.
Peace River Seafood, Punta Gorda
Localizado em uma cabana do estilo 1927 Cracker, o Peace River Seafood é um restaurante ao ar livre onde as toalhas de mesa foram substituídas por jornais, há um papagaio espalhafatoso na varanda e os clientes usam martelos para abrir deliciosos caranguejos. Os frutos do mar frescos aqui são provenientes de pescadores locais e, se você quiser preparar algo depois, pode comprar o pescado do dia no mercado atacadista anexo.
SUL DA FLÓRIDA
Triad Seafood Market & Cafe, Everglades City
Localizado às margens do Barron River, o Triad Seafood fica nas docas onde estão os melhores caranguejos-pedra da Flórida (na temporada, de 15 de outubro a 15 de maio). “Não se deixe influenciar pela aparência externa do local”, diz um cliente, acrescentando que “a comida é ótima”.
Hogfish Bar & Grill, Stock Island, Key West
O Hogfish Grill é o mais próximo possível das docas de camarão de Key West, e o camarão rosa de Key West — típicos do local — é um dos dois pratos imperdíveis do Hogfish. O outro, claro, é o peixe-porco (ou “hogfish”, uma iguaria local, doce e suave, obtida apenas por meio de pesca subaquática).
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Por Kellilynn Hann
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DISNEY CRUISE LINE ANUNCIA
TEMPORADA DE VERÃO 2026 COM ROTEIROS PELOS CINCO CONTINENTES
A Disney Cruise Line convida as famílias para aventuras inesquecíveis durante a temporada de verão 2026. Com uma frota expandida de oito navios, haverá mais itinerários Disney do que nunca, desde as paisagens intocadas do Alasca até as ruas de paralelepípedo das Ilhas Britânicas.
AVENTURAS NO ALASCA SAINDO DE VANCOUVER
Com a introdução de um segundo navio para o Alasca, tanto o Disney Magic quanto o Disney Wonder embarcarão em viagens de sete noites a partir de Vancouver, Canadá. Os itinerários incluem portos como Skagway, Juneau e Ketchikan, famosos por suas geleiras pré-históricas e rica história. A maioria das viagens visitará o Dawes Glacier, uma majestosa geleira de mais de 180 metros de altura.
NOVOS DESTINOS
EUROPEUS
Pela primeira vez, o Disney Dream visitará Cagliari, na Sardenha, Itália - um destino inédito para a Disney Cruise Line. O navio oferecerá cruzeiros mediterrâneos de sete a doze noites, partindo de Barcelona ou Civitavecchia, visitando ilhas gregas populares como Santorini, Mykonos e Rhodes. A temporada termina com navegações de três, quatro e sete noites saindo de Southampton para o Norte da Europa e os Fiordes Noruegueses.
ESCAPADAS TROPICAIS DA FLÓRIDA CENTRAL
Saindo de Port Canaveral, três navios diferentes oferecerão destinos nas Bahamas e Caribe Oriental ou Ocidental, incluindo paradas nas ilhas privadas Disney Castaway Cay e Disney Lookout Cay at Lighthouse Point. O Disney Fantasy oferecerá viagens de quatro e cinco noites, o Disney Wish de três e quatro noites, e o Disney Treasure cruzeiros de sete noites.
EXPLORAÇÕES MARÍTIMAS DE SINGAPURA
O Disney Adventure, que zarpa em março de 2026, oferecerá itinerários de três e quatro noites do Marina Bay Cruise Centre Singapore. A bordo, os hóspedes descobrirão experiências épicas que celebram histórias amadas da Disney, Pixar e Marvel.
RESERVE SUA AVENTURA DISNEY
As reservas para membros do Disney Cruise Line Castaway Club começam em 10 de fevereiro de 2025, e abertas ao público em 17 de fevereiro de 2025. Cada viagem inclui entretenimento exclusivo, gastronomia de classe mundial e serviço incomparável que distingue toda a Disney Cruise Line.
DESCUBRA A MAGIA NO MAR COM A DISNEY CRUISE LINE !
Embarque em uma jornada inesquecível com a Disney Cruise Line , onde relaxamento e aventura se encontram. Navegue a bordo do novíssimo Disney Treasure ou do tão aguardado Disney Destiny , que será lançado em novembro de 2025, e crie memórias especiais com família e amigos.
Experimente:
Jantares imersivos: Refeições com Personagens favoritos de Viva - A Vida é uma Festa e Marvel
Entretenimento espetacular: Shows no estilo da Broadway, como The Tale of Moana e Beauty and the Beast
Diversões incríveis: Desafie-se no toboágua AquaMouse e explore o espaço Hero Zone
Para reservas ou mais informações, contate um dos distribuidores autorizados da Disney Cruise Line no Brasil.
Renderização artística
MAIS DETALHES REVELADOS SOBRE AS NOVIDADES QUE CHEGAM AO WALT
DISNEY WORLD EM 2025 E 2026
Da montanha-russa Big Thunder Mountain ao mundo selvagem de Zootopia: Better Zoogether! e às aventuras em alta velocidade da Rock ‘n’ Roller Coaster Starring The Muppets , a diversão não para nunca no Walt Disney World Resort. Novas experiências começam a surgir a partir deste ano e seguem até 2026.
ZOOTOPIA: BETTER ZOOGETHER!
ESTREIA EM 7 DE NOVEMBRO DE 2025
No Animal Kingdom, o Tree of Life Theater receberá o novo show 4D Zootopia: Better Zoogether!. Nele, os visitantes participam do Zoogether Day, um feriado que celebra a união dos diversos biomas de “Zootopia”. Inspirada nos filmes dos Walt Disney Animation Studios, a atração traz Judy Hopps, Nick Wilde e novos personagens, como a anfitriã Heidi Howler, em uma festa repleta de apresentações especiais.
Na Discovery Island, será possível encontrar Judy e Nick com seus novos visuais de “Zootopia 2”, em um espaço exclusivo para encontros com personagens: o Zoogether Day Gathering Spot.
NOVIDADES NA BIG THUNDER
MOUNTAIN RAILROAD
A partir de 2026, no Magic Kingdom, a clássica Big Thunder Mountain Railroad será revitalizada.
Com novos elementos mágicos, a atração seguirá oferecendo loops e quedas emocionantes para todas as gerações. Entre as novidades estão as Rainbow Caverns, fenômenos naturais espetaculares que prometem surpreender os visitantes.
ENTRE NO RITMO COM A ROCK ‘N’ ROLLER COASTER STARRING THE MUPPETS
Em 2026, a Rock ‘n’ Roller Coaster Starring The Muppets desembarca no Disney’s Hollywood Studios com muita música e energia. A Electric Mayhem será a banda principal desse espetáculo, e toda a área do Rock ‘n’ Roller Coaster Courtyard ganhará uma atmosfera psicodélica, incluindo o redesenho da icônica guitarra da entrada.
A história começa no Studio M, onde Scooter e os pinguins engenheiros de áudio tentam convencer a banda a deixar o estúdio e correr para encontrar os fãs. Com a ajuda do Muppet Labs e de uma limousine super-rápida, os visitantes embarcarão em uma viagem alucinante pela cidade ao som dos sucessos da Electric Mayhem.
Com atrações renovadas, estreias marcantes e experiências únicas, o Walt Disney World Resort reforça que sempre há algo novo e mágico a ser descoberto.
ST. PETE-CLEARWATER: PRAIAS, CULTURA E DIVERSÃO EM FAMÍLIA NA COSTA DA FLÓRIDA
As praias favoritas da América. Atrações incríveis. Muitos esportes aquáticos. Em St. Pete-Clearwater, na região da costa Oeste da Flórida, nunca falta o que fazer — embora também haja muito espaço para relaxar, se é isso que você está buscando. Áreas naturais encantadoras, museus renomados e atrações ao longo da costa oferecem horas de diversão para todas as idades. E quando chegar a hora de desacelerar, sempre haverá um cantinho tranquilo para recarregar as energias. Suas aventuras começam aqui. Apesar de ser um destino tão descontraído — onde chinelos são quase o traje oficial — St. Pete-Clearwater tem uma programação vibrante. Quilômetros de praias de areia branca garantem dias ensolarados repletos de diversão. Museus e galerias surpreendentes mergulham os visitantes no mundo da arte e da cultura. Passeios de barco, partidas de golfe e esportes profissionais convidam você a entrar em ação. A vida noturna, os eventos e os festivais ao ar livre mantêm a animação o ano inteiro. Não sabe por onde começar? A gente entende. Explore nossas praias imperdíveis, a animada cena de cervejas artesanais ou os eventos icônicos — e deixe seu roteiro pela Baía de Tampa crescer a partir daí.
ENCONTRE SUA GRANDE PESCARIA
Como era de se esperar, as águas ao redor de St. Pete e Clearwater Beach estão repletas de peixes. Quer pescar o jantar em um píer local? Jogar a isca para pegar xaréus, cavalas e permit em uma excursão costeira pela Baía de Tampa? Ou então embarcar em uma aventura de pesca em alto-mar atrás de garoupas, pargos e amberjacks? Aqui você encontra tudo isso.
APROVEITE NOSSAS ATRAÇÕES À BEIRA-MAR
Com quilômetros de litoral, surgem inúmeras atrações imperdíveis. O St. Pete Pier oferece diversão para todas as idades, com áreas para brincar na água, parquinho, trilhas para caminhada, mercado ao ar livre, centro de descoberta da natureza, a Spa Beach e diversas opções gastronômicas. Localizado na Baía de Tampa, o Pier é um ponto tradicional de lazer há mais de um século.
Já o John’s Pass Village & Boardwalk, situado na Intracoastal Waterway em Madeira Beach, é um charmoso vilarejo rústico com lojas, restaurantes e bares que celebram o estilo de vida costeiro — com frutos do mar frescos e moda de praia. É também o ponto de partida para passeios de jet ski, cruzeiros ao pôr do sol, observação de golfinhos e até um cruzeiro temático de piratas que vai encantar as crianças.
LAZ � R
SOFISTICAÇÃO
As Praias Preferidas da América são apenas o começo em St. Pete-Clearwater. Aqui, você pode se encantar com 56 km de areias brancas & águas cristalinas. Explore museus de renome internacional & uma gastronomia premiada.
Viva experiências inesquecíveis entre o clima relaxante da praia & uma vida noturna sofisticada. Em resumo: aqui você encontra exatamente o que procura — & muito mais.